A notícia foi comunicada por um membro da família, que pediu privacidade. Não foram dados imediatamente detalhes sobre o seu falecimento.

Nascida em 5 de janeiro de 1946, em Los Angeles, Califórnia, como Diane Hall, era a mais velha de quatro filhos. O seu pai era engenheiro civil, enquanto a sua mãe cuidava da família em casa. Keaton acreditava que a mãe tinha outros sonhos. "No fundo do coração, ela provavelmente queria ser uma artista de um tipo qualquer", disse a atriz à revista People, em 2004. "Ela cantava. Tocava piano. Era linda. Defendia-me."

Talvez em homenagem à mãe, Diane escolheu o apelido desta, Keaton, para o seu nome artístico. 

Além de actriz, foi produtora e realizadora e tinha uma paixão por fotografia. 

Foi premiada com um Oscar, um BAFTA e dois Globos de Ouro pelos seus trabalhos como actriz. Foi ainda nomeada para dois Emmy e um Tony.

Keaton ficou famosa em particular pelas suas participações em filmes como Annie Hall, Alguém Tem de Ceder, O Padrinho (I, II e III), Do Jeito Que Elas Querem (e a sua sequela), O Pai da Noiva e Amor, Casamentos e Outros Desastres.

 

Diane começou por atuar em peças de teatro no liceu e, após se ter licenciado em 1964, ingressou na Faculdade de Teatro. Mas cedo desistiu, mudando-se para Nova Iorque, em busca do sucesso no teatro.

Em1968, participou no musical da Broadway, Hair. No ano seguinte foi nomeada para o prémio Tony de Melhor Atriz Secundária, na peça cómica de Woody Allen, Play It Again, Sam.

Estreou-se logo a seguir no cinema como figurante em As Mil Faces do Amor, de 1970. Começou depois a ganhar destaque com o seu primeiro grande papel no cinema como Kay Adams-Corleone em O Padrinho (1972), de Francis Ford Coppola, papel que repetiu nas suas sequelas Parte II (1974) e Parte III (1990).

Diane Keaton prosseguiu a sua colaboração com Woody Allen, com quem namorou durante ttrês anos, inicialmente com a adaptação cinematográfica de Play It Again, Sam (1972). 

Seguiram-se dois filmes com o ator e realizador, Sleeper (O Dorminhoco) de 1973, e Love and Death (1975), que a consolidaram como atriz cómica. O seu quarto filme com Allen, Groom and Bride (1977), valeu-lhe o Óscar de Melhor Atriz.

Diane Keaton foi ainda nomeada para um Óscar pelos seus papéis como a ativista Louise Bryant em Reds (1981), uma doente com leucemia em Duas Irmãs (1996) e uma dramaturga em Alguém tem de Ceder (2003). 

Ficou conhecida também pelos seus papéis em filmes dramáticos como Looking for Mr. Goodbar (1977), Interiors (1978) e Crimes do Coração (1986).

Entre os seus papéis em filmes cómicos contam-se Manhattan (1979), Baby Boom (1987), O Pai da Noiva (1991) e a sua sequela de 1995, Manhattan Murder Mystery (1993), O Clube das Divorciadas (1996), ao lado de Goldie Hawn e Bette Midler, The Family Stone (2005), À Procura de Dory (2016) e Book Club (2018).

Na década de 1980 estreou-se como realizadora com o videoclipe da música Heaven is a place on earth de Belinda Carlisle. Depois, realizou episódios de séries de televisão como Twin Peaks, Praia da China, outros videoclipes e o filme Linhas Cruzadas.

Em 1995, Keaton realizou Unstrung Heroes, o seu primeiro filme narrativo lançado nos cinemas.

Produziu a série Pasadena, da Fox, que foi cancelada após apenas quatro episódios em 2001, mas que continuou a ser exibida na televisão por cabo até 2005. Em 2003, produziu o drama Elephant, de Gus Van Sant, sobre um tiroteio numa escola. O seu papel mais recente no cinema foi em Summer Camp, estreado no ano passado.

Numa rara aparição na televisão, foi uma das protagonistas da minissérie O jovem Papa, de Paolo Sorrentino, estreada em 2016. Em 2021 participou no videoclipe da música Ghost do cantor Justin Bieber.

Diane Keaton publicou três autobiografias: Then Again, em 2011, Let`s just say it wasn`t pretty, em 2015, e Brother and Cister, 2020. Nenhuma teve tradução em português.

Em 1980 publicou também Reservations, um livro de fotografia, atividade à qual se dedicava desde a década de 1970, e em 2022 Saved: My Picture World, uma autobiografia visual.

A partir de 2005, Keaton colaborou como blogger no jornal The Huffington Post. Em 2006, tornou-se rosto da L'Oréal. Em 2007, recebeu o Prémio de Gala da Film Society of Lincoln Center. 

Contrariamente a muitos famoso de Hollywood, Keaton opunha-se à cirurgia plástica. Em 2004, disse à revista More, "estou presa a esta ideia de que preciso de ser autêntica. O meu rosto precisa de ser como eu me sinto".

Vegetariana desde 1995, a actriz, que chegou a sofrer de bulimia, foi ainda defensora de edifícos históricos, sobretudo de Los Angeles.

Diane Keaton era bastante ativa na rede social Instagram, onde tinha cerca de 2,5 milhões de seguidores. Deixa dois filhos, Dexter Keaton, Duke Keaton.

com Lusa