Morreu filósofo francês Paul Ricoeur

O filósofo Paul Ricoeur, um dos grandes pensadores franceses do pós-guerra, morreu sexta-feira na sua casa em Paris aos 92 anos, anunciaram hoje à agência France Press fontes próximas do autor.

Agência LUSA /
EPA

Paul Ricoeur, que estava doente há alguns meses, morreu sexta-feira de madrugada na sua casa de Chatenay Malabry, na região parisiense, indicou o filósofo Olivier Abel.

Nascido em 1913 em Valence, sudeste de França, Paul Ricoeur foi prisioneiro durante a II Guerra Mundial e mais tarde foi professor na universidade de Sorbonne, em Paris.

Ricoeur passou ainda pelas universidades de Louvaina, na Bélgica, e Yale, nos Estados Unidos, onde fez uma importante obra de filosofia política.

O filósofo opunha-se a todos os totalitarismos, à guerra da Argélia (1954-1962) e à da Bósnia em 1992, e escreveu obras como "Histoire et Verité" (1955), "Soi-même comme un autre" (1990), e "La Memoire, l'histoire, l'oubli" (2000).

Ricoeur participou em grandes debates do pós-guerra sobre a linguística, a psicanálise, o estruturalismo e a hermenêutica, com um interesse particular pelos textos sagrados do cristianismo.

Militante socialista desde 1933 e profundamente cristão, Paul Ricoeur publicou a sua última obra "L'Hermenéutique biblique" em 2001.

"Da metafísica à moral", "Nas Fronteiras da Filosofia", "Critique et la Convition", "Ideologia e utopia" e "Penser la Biblie" são algumas das obras de Ricoeur editadas em Portugal.


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