Morreu José Mário Branco aos 77 anos

por RTP
Documentário. José Mário Branco: Inquietação "Vejam Bem" - RTP Memória

O cantautor nasceu no Porto há 77 anos. O álbum mais emblemático de José Mário Branco foi "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades". José Mário Branco é autor de uma obra singular no panorama musical português, passando por géneros como a música de intervenção e o fado, entre outros.

Considerado um dos maiores nomes da música portuguesa, José Mário Branco morreu esta terça-feira.

Foi compositor e produtor da esmagadora maioria dos álbuns do fadista Camané. E compôs e produziu também alguns discos da fadista Kátia Guerreiro. José Afonso, Sérgio Godinho ou Luís Represas são apenas alguns dos artistas com quem trabalhou.

José Mário Branco ganhou dois prémios José Afonso, prémio que destingue e reconhece aquilo que é feito em Portugal na música. E foi homenageado, em 2017, na feira do livro do Porto, no mesmo ano em que celebrou 50 anos de carreira com o lançamento de um disco de inéditos.Música de intervenção e um percurso distinto
Na juventude, estudou História nas Universidades de Coimbra e do Porto. Nessa época, tornou-se dirigente da associação católica e membro do Partido Comunista, o que o levou a ser perseguido pela PIDE e, mais tarde, a exilar-se em França.

É ainda no exílio em França, e numa altura de plena luta contra o Estado Novo, que lança o seu álbum mais emblemático, "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", em 1971. A partir desta altura começa a ganhar nome no panorama musical e na música de intervenção.

José Mário Branco lançou o seu último álbum de originais, em 2004, com o nome "Resistir é vencer", em homenagem ao povo timorense.

Foi músico, autor e responsável pela produção e arranjos musicais de uma série de discos de outros artistas portugueses, como Sérgio Godinho, Fausto Bordalo Dias ou Zeca Afonso.


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