Morreu o cantor, músico e ativista social cabo-verdiano Romeu di Lurdes

O cantor, músico e ativista social cabo-verdiano Romeu di Lurdes morreu, na quinta-feira, em Lisboa, aos 36 anos, num acidente de viação, segundo fonte familiar citada pela Inforpress - Agência Cabo-verdiana de Notícias.

Lusa /

Romeu di Lurdes, nome artístico de Carlos Manuel Tavares Lopes, preparava-se para apresentar o seu último álbum num concerto agendado para sábado, na Damaia.

O Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, publicou uma mensagem de pesar na rede social Facebook, recordando a "singela obra musical" do artista, incluindo "a homenagem que fez às mulheres", além do seu empenho cívico e a "forma pedagógica e inclusiva como se envolveu na política".

O Ministério da Cultura cabo-verdiano manifestou "profundo pesar" pelo falecimento que "deixa a cultura e a criação nacional mais pobres" com a "partida prematura" de uma "figura multifacetada e de notável dedicação", segundo nota publicada na mesma rede.

O ministro, Augusto Veiga, classificou a perda como "irreparável", assinalando o trabalho como instrumentista, compositor, cantor, poeta e político "que sempre se destacou pela entrega às causas culturais e sociais de Cabo Verde".

As mensagens de pesar de outros artistas multiplicaram-se nas redes sociais

Romeu di Lurdis tinha lançado este ano o seu último trabalho discográfico, intitulado "Kuraçon Aberto", cinco anos após ter gravado o seu primeiro álbum "Amoransa".

Promotor de projetos de inclusão social, abraçou também a política, concorrendo por duas vezes à Câmara da Praia, capital do arquipélago, a última das quais em 2024, pelo partido Pessoas, Trabalho e Solidariedade (PTS).

Em entrevista à Lusa, em 2016, pouco tempo depois de ficar conhecido, ao participar no concurso musical "Talento Strela", assumiu-se como romântico e com nome artístico a condizer: é o romantismo "que retrata a sensibilidade e a alma das coisas", referiu.

Nasceu a 03 de setembro de 1989, no concelho de Santa Cruz, interior da ilha cabo-verdiana de Santiago e foi com o dinheiro da venda de um telemóvel oferecido pela mãe que, aos 18 anos, comprou a primeira guitarra.

Entre vários projetos, queria chegar a ministro da Cultura cabo-verdiana, porque acreditava que "para fazer algo importante é preciso estar numa posição decisiva".

Assumia ser "desgastante" conciliar estudos superiores, música e ativismo social, mas sem desistir: "quando damos mais de nós recebemos mais", concluiu.

 

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