Morreu o historiador Rui Miguel da Costa Pinto

por Mário Aleixo - RTP
O historiador Rui Miguel da Costa Pinto dedicou grande parte do seu trabalho a Gago Coutinho RTP

O historiador Rui Miguel da Costa Pinto, de 53 anos, autor, entre outras obras, de "Gago Coutinho, O Último Grande Aventureiro Português", morreu na passada segunda-feira, revelou o historiador de arte Vítor Serrão.

Rui Miguel da Costa Pinto licenciou-se em História (variante História de Arte), pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1986, onde obteve o grau de Mestre em História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa com a tese "Sobre a presença dos portugueses na Costa Oriental Africana (1640-1668)", em 1994.

Posteriormente, obteve o grau de Doutor com a tese "Gago Coutinho (1869-1959), geógrafo e historiador. Uma biografia científica", em 2012.

O investigador fazia parte da Classe de História Marítima da Academia da Marinha, presidia à Secção de História da Sociedade de Geografia de Lisboa (SGL), era membro do Centro de Investigação Joaquim Veríssimo Serrão, em Santarém, do Centro de História da Universidade de Lisboa, da Associação Cultural Espaço e Memória, em Oeiras, e do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, no Brasil.

Estava também presente em várias outras organizações científicas como a Associação de Arqueólogos Portugueses, onde presidia à Comissão de Estudos Olissiponenses.

Costa Pinto, entre outras funções, presidiu, em 2000, à comissão científica do colóquio "Portugal-Brasil 500 anos", promovido em Lisboa, pela SGL, e coorganizou o colóquio "D. Nuno Álvares Pereira. Guerreiro e Santo", em 2009.

Foi ainda o responsável pelo arquivo e conservação do espólio de Gago Coutinho, existente na SGL, tarefa que terminou em 2012, no mesmo ano em que organizou as I Jornadas da Memória, na SGL.

Acerca de Costa Pinto, Serrão sublinhou "o investigador de fontes primárias, de grande sobriedade e o bom homem que foi".

"Começou como investigador da Idade Média e tornou-se um especialista da I Grande Guerra (1914-1918) e da época contemporânea", disse.

À Lusa Vítor Serrão disse ainda: "Conheci-o bem nestes terrenos da investigação em que nos movemos; era, ademais, uma pessoa solidária. Autor de dezenas de estudos científicos, morre com agenda cheia de projetos".
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