Morte de Isabel de Castro é "enormíssima perda" - Jorge Silva Melo
O actor, realizador e encenador Jorge Silva Melo considerou hoje a morte da actriz Isabel de Castro, aos 74 anos, uma "enormíssima perda" por se tratar de uma actriz "maravilhosa no teatro, no cinema".
"Isabel de Castro era uma pessoa muito original, muito extravagante e muito cheia de curiosidade pelas coisas e pelas pessoas", disse Jorge Silva Melo à agência Lusa, numa reacção à morte da actriz hoje em Borba.
Jorge Silva Melo recordou tratar-se de uma pessoa que vinha de um "meio muito culto", uma vez que a mãe era cantora lírica e o pai escritor, o que a terá influenciado a escrever desde cedo.
"Nunca tinha um tostão, estava sempre mal com a vida, mas era uma mulher maravilhosa e lindíssima e que muitas vezes se menosprezava", sublinhou.
A actriz, em declarações à imprensa, por várias vezes salientou que "nunca quis ser rica" pois "o dinheiro muda as pessoas", acrescentando que "um bom actor é humilde".
Jorge Silva Melo, que dirigiu e contracenou com Isabel de Castro no cinema e no teatro, encenou a última peça em que a actriz participou nos Artistas Unidos, "O Fim ou Tende Misericórdia de Nós", estreada na Culturgest, Lisboa, em 1996.
O actor recordou que a última vez que esteve com Isabel de Castro foi em Abrantes, numa homenagem da autarquia à actriz, em que a própria lhe pediu que fizesse uma peça com "a actriz Paula Neves", com quem Isabel de Castro contracenara na telenovela "Anjo Selvagem".
"Disse-me que tinha que fazer um trabalho com a Paula Neves porque é muito melhor actriz do que possa parecer, pelo que me resta essa dívida para com Isabel de Castro", concluiu.