Museu do Relógio mostra 300 anos de relógios mecânicos usados no Norte

Mais de duas centenas de relógios mecânicos, usados no Norte nos últimos 300 anos, estão em exposição no Museu do Relógio, em Serpa (Beja), a partir de quinta-feira, mostrando exemplares de algumas das marcas mais apreciadas.

Agência LUSA /

A exposição, patente até 31 de Julho, reúne peças restauradas na Oficina de Restauro do Museu, pelos mestres António Silva e João Vinhas, e datadas de 1700 até ao ano 2000.

Segundo o Museu do Relógio, a mostra "300 Anos de Relógios Mecânicos Usados no Norte" reúne máquinas de "algumas das marcas mais usadas" naquela região do país, como Patek Phillipe, Breguet, Vacheron&Constantin, IWC, Rolex, Ómega ou Breitling.

As peças, oriundas de cidades como o Porto, Braga, Guimarães e Bragança, foram coleccionadas, ao longo de 35 anos, pelo fundador do museu, António Tavares d`Almeida, ou doadas por pessoas do Norte para aumento do espólio.

Possuidor de um acervo de perto de 1.800 relógios mecânicos, fabricados nos últimos 400 anos e utilizados no pulso, no bolso, na lapela, ou mesmo no espaço e na lua, a instituição realiza, em cada ano, várias exposições temáticas.

As "máquinas do tempo" mecânicas usadas no Norte, nos séculos XVIII, XIX e XX, são as escolhidas para marcar o arranque, este ano, dessa actividade do museu.

"Utilizados pelos nossos trisavós, bisavós, avós e pais, estes relógios encontram-se todos em perfeito estado de conservação", assegura a unidade museológica privada.

O museu, fundado em Serpa em 1972, é o único da Península Ibérica que se dedica exclusivamente aos relógios e, a nível mundial, é um dos cinco pólos museológicos centrados nessa temática.

Ao longo dos 35 anos de actividade, a instituição garante já ter atraído ao Alentejo mais de 300 mil visitantes, metade deles crianças de escolas de todo o país, que não pagam entrada (até aos 10 anos).

Graças à sua oficina de restauro, que trabalha para os visitantes e para colecções de Espanha, França, Portugal e Inglaterra, o Museu do Relógio é auto-sustentável.

Além disso, fabrica relógios mecânicos artesanais, como forma de garantir a sua sustentabilidade financeira, já que, apesar de existir oficialmente desde 1995, não recebe apoios de entidades locais, regionais ou nacionais.

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