Museu do Tesouro Real celebra um ano

por Lusa
O Museu do Tesouro Real mostra pedaços da História de Portugal António Cotrim - Lusa

O Museu do Tesouro Real, em Lisboa, celebra esta quinta-feira um ano de existência com o lançamento de um programa de atividades intitulado “O Real mês de junho”, que inclui música, danças, e encenações históricas dirigidas a crianças e adultos.

De acordo com a programação, ao longo do mês de junho decorrerão no museu localizado na ala poente do Palácio Nacional da Ajuda - com uma das mais importantes coleções mundiais de joias e ourivesaria da monarquia - teatralizações como o “beija-mão” ao rei, momentos musicais, e compassos de dança da corte portuguesa.

Para hoje, Dia Mundial da Criança, está prevista a iniciativa “Sparkle”, com uma visita ao museu, aulas dramáticas e performativas em língua inglesa para um grupo de crianças, dos 7 aos 10 anos, e no sábado haverá o "Beija-Mão no Tesouro Real” durante toda a manhã, com uma encenação histórica do século XVIII, na corte do rei José I.

Contactado pela agência Lusa em maio sobre o balanço de um ano de existência do museu, o diretor executivo, Nuno Vale, considerou a estimativa global de visitantes "muito positiva", indicando que hoje deverão ser ultrapassados os 85.000 visitantes.

Aquando da abertura, no ano passado, o diretor-geral do Turismo de Lisboa, Vitor Costa, disse que estava a ser preparada uma campanha de divulgação internacional deste museu e que a expectativa era a de receber uma média de 275 mil visitantes por ano, 60% dos quais estrangeiros.

Instalado numa caixa-forte de grandes dimensões construída para o efeito, na nova ala do palácio, o museu foi inaugurado a 1 de junho de 2022, resultado de um projeto museológico que envolveu a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), a Associação de Turismo de Lisboa (ATL) e a Câmara Municipal de Lisboa.

Questionado sobre o alargamento da coleção, Nuno Vale indicou que "o museu continua a apostar no enriquecimento, tendo sido adicionado o prato de 'água-às-mãos', peça que faltava para completar o conjunto das 23 de prata de aparato usadas nas cerimónias solenes da coroa portuguesa, e outras peças ainda serão adicionadas no decorrer do corrente ano".

Uma tiara com diamantes e safiras que pertenceu à rainha Maria II, e que foi vendida em maio de 2021, em leilão, em Londres, por 1,3 milhões de euros, foi uma das peças cedidas ao museu, onde esteve durante cerca de oito meses exposta ao público.

O Estado português tentou comprar a peça datada da década de 1840 no leilão, com uma "notável safira birmanesa no centro", na descrição da leiloeira, mas não conseguiu elevar as licitações além de 800 mil euros, disse, na altura, à Lusa, o diretor do Palácio Nacional da Ajuda, José Alberto Ribeiro sobre "a tiara mais antiga ligada à Casa Real portuguesa”.

Inaugurado na sequência das obras de acabamento da ala poente do Palácio Nacional da Ajuda, o Museu do Tesouro Real surgiu de um projeto trabalhado durante seis anos, e o seu acervo está instalado numa das maiores caixas-fortes do mundo, com 40 metros de comprimento, 10 metros altura e 10 de largura, num percurso de três pisos.

A caixa-forte está munida com sofisticados equipamentos de segurança e videovigilância, e as peças estão resguardadas por vitrinas com controlo de temperatura, humidade e vidros à prova de bala, protegidas com portas blindadas de cinco toneladas.

Além da exposição das peças, o museu gere um laboratório de conservação e restauro, um serviço educativo e um espaço polivalente.

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