A longa-metragem já foi galardoada com o Prémio de Melhor Documentário da Atalanta Filmes, no DocLisboa 2005, e com o Merit Prize do Taiwan International Documentary Festival.

Em Nyon, o filme será exibido dia 26 de Abril, último dia do festival, no âmbito da selecção oficial, e contará com a presença da realizadora.

Usando apenas materiais de arquivo, "Natureza Morta" penetra na opacidade das imagens captadas durante os 48 anos da ditadura portuguesa, simbolizada por António de Oliveira Salazar, chefe político do regime.

Essas imagens - actualidades, reportagens de guerra, documentários de propaganda, fotografias de prisioneiros políticos - foram reunidas no filme sem palavras para permitir diferentes leituras do público.

O objectivo da obra, segundo uma nota da realizadora, foi, trinta anos depois, lançar a reflexão sobre um conjunto de imagens de uma época de ditadura, "a mais longa da Europa Ocidental do século XX".

Nascida em Lisboa em 1962, Susana de Sousa Dias fez o curso de Cinema na Escola Superior de Teatro e Cinema e licenciou-se em Artes Plásticas e Pintura na Faculdade de Belas-Artes - onde é docente - e ainda um mestrado em Estética e Filosofia da Arte na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

São também da sua autoria as obras "Processo-Crime 141/53- Enfermeiras do Estado Novo", de 2000, que obteve o Prémio Elina Guimarães 2001, e "Uma época de Ouro - Cinema Português 1930-47", de 1998.