Novo centro de arte contemporânea vai nascer em Alcântara

Lisboa, 27 Fev (Lusa) - Para mostrar "a arte que está por vir, a arte de amanhã", Lisboa vai ter no próximo Verão um centro de arte contemporânea, localizado numa das primeiras estruturas industriais portuguesas.

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"Esperamos que seja a maior plataforma de arte contemporânea, da arte que está por vir, da arte de amanhã", explicou à agência Lusa o director do Test, on art, o arquitecto João Simões, num visita pelos espaços onde vai ficar instalado o novo centro artístico.

O Test, on art vai ficar em edifícios centenários em Alcântara, Lisboa, onde em tempos funcionou uma fábrica de fiação e, mais recentemente, a gráfica Mirandela.

Praticamente debaixo da ponte 25 de Abril, os edifícios são armazéns de vários andares, com as paredes descarnadas, o tijolo original totalmente descoberto, e cada um tem cerca de três mil metros quadrados.

No edifício onde ficará o centro de arte está ainda hoje a funcionar a gráfica Mirandela, com as gigantescas rotativas e impressoras a ocuparem praticamente todo o espaço.

Assim que a gráfica sair do edifício, a equipa do Test, on art irá fazer apenas pequenos ajustes no espaço para acolher as futuras actividades.

"Este é um espaço que ainda é anónimo para a cidade, mas nós queremos que seja um pólo criativo aberto a Lisboa, um espaço internacional que funcione quase como uma cidade artística", sublinhou João Simões, um dos 14 comissários deste centro de arte contemporânea.

Até ao Verão, altura em que o centro abrirá ao público e aos artistas, estes 14 comissários portugueses e estrangeiros vão delinear o plano de programação e actividades, vão definir o perfil do Test, on art.

Segundo João Simões, cada um dos comissários, entre os quais Delfim Sardo, Henry Flynt, Jutta Koether ou Arfus Greenwood, tem uma rede de colaboradores e de contactos de artistas para mostrar em Lisboa arte contemporânea.

A ideia, de acordo com o director, é fazer daquele espaço em Alcântara um laboratório para que artistas portugueses e estrangeiros trabalhem e mostrem as suas obras, um centro de intercâmbio artístico e, de futuro, uma residência artística.

"Não será um centro de artistas para artistas. Vamos ter programas culturais transversais para toda a gente, para todos os públicos, com exposições, performances e serviço educativo", sublinhou o responsável.

Para já, o centro de arte contemporânea contará com um orçamento de quatrocentros mil euros, mas espera a entrada de mais financiamento, sobretudo por conta de patrocinadores e mecenas.

À medida que realizar as várias actividades artísticas e exposições, o centro irá constituir uma colecção de arte contemporânea.

Apesar de já existirem em Lisboa espaços que divulgam arte contemporânea, como a Fundação Gulbenkian, a Culturgest ou a Ellipse Foundation, João Simões assinalou que Test, on art será um complemento.

"Queremos que seja um centro mais dinâmico de arte contemporânea em Portugal e há que aproveitar o facto de haver quem queira investir em arte, de Lisboa estar na moda e de ser falada lá fora", disse João Simões, 37 anos, arquitecto português a residir actualmente em Nova Iorque.

A equipa de 14 comissários internacionais estará em Lisboa na quinta e na sexta-feira para burilar o perfil, os projectos e o programa de actividades deste ano do Test, on art.

No final da reunião, a equipa mostrará o espaço a jornalistas e convidados e a artista alemã Jutta Koether e a dupla Elizabeth e Henry Flynt farão performances sonoras no local.

SS.


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