"O estranho caso de Benjamin Button" lidera com 13 nomeações, mas enfrenta fortes concorrentes

Lisboa, 19 Fev (Lusa) - O filme "O estranho caso de Benjamin Button", de David Fincher, lidera a corrida aos Óscares com 13 nomeações, mas arrisca-se a perder nas principais categorias, a avaliar pelos prémios que têm sido atribuídos a filmes concorrentes.

© 2009 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A. /

A 81/a edição dos Óscares, os mais importantes prémios de cinema atribuídos nos Estados Unidos, está marcada para domingo em Los Angeles, Califórnia.

"O estranho caso de Benjamin Button", metáfora sobre a vida que conta a história de um homem que nasce velho e rejuvenesce com o passar dos anos, está nomeado para melhor filme e realizador.

O protagonista, Brad Pitt, concorre para melhor actor, mas a maioria das nomeações é em categorias técnicas, como efeitos especiais, som, montagem e guarda-roupa.

Para o Óscar de melhor realizador, David Fincher terá pela frente nomes como Ron Howard, Gus Van Sant, mas sobretudo Danny Boyle que, com "Quem quer ser bilionário?", já conquistou pelo menos 60 prémios.

"Quem quer ser bilionário?", que se centra num jovem indiano que venceu um concurso televisivo, soma dez nomeações, sendo as mais importantes a de melhor filme e realização e as restantes referentes ao som e à banda sonora. Ninguém do elenco foi nomeado para um Óscar.

Ao nível das interpretações, este ano estão nomeados dois actores que interpretaram papéis históricos - Sean Penn como o activista Harvey Milk ("Milk") e Frank Langella no papel de Richard Nixon ("Frost/Nixon").

A estes juntam-se Brad Pitt, Mickey Rourke, estrela do cinema norte-americano que voltou à ribalta como pugilista em "O Wrestler", e Richard Jenkins, pela primeira vez nomeado, por conta do filme "O visitante".

Entre as mulheres, a favorita é a britânica Kate Winslet, pela sexta vez nomeada para um Óscar, desta vez com "O leitor", e que tem recolhido unanimidade junto da crítica tanto com este filme como com "Revolutionary road".

Entre as mais fortes concorrentes estão Meryl Streep, nomeada pela 15/a vez, pela prestação em "Dúvida", e Anne Hathaway em "O casamento de Rachel".

O filme "O cavaleiro das trevas", de Christopher Nolan, soma oito nomeações, grande parte pela produção técnica, mas a mais falada - e dada como certa - é a de melhor actor secundário, pela prestação de Heath Ledger como Joker, o vilão que enfrenta Batman.

Se vencer, Heath Ledger, falecido há um ano, será o segundo actor na história dos Óscares a ser distinguido a título póstumo, juntando-se a Peter Finch, premiado em 1976 com "Network".

"Milk", filme de Gus Van Sant sobre o activista Harvey Milk assassinado nos anos 1970, soma oito nomeações, e o filme animado "Wall-E" está nomeado para seis categorias, incluindo melhor animação.

Com cinco nomeações cada estão "Dúvida", de John Patrick Shanley, "Frost/Nixon", de Ron Howard, e "O leitor", de Stephen Daldry.

Na categoria de melhor filme estrangeiro, em língua não inglesa, estão nomeados "O complexo de Baader Meinhof" (Alemanha), "A Turma" (França), "Departures" (Japão), "Revanche" (Áustria), e "A Valsa com Bashir" (Israel).

A cerimónia está marcada para a noite de domingo no Kodak Theatre, em Los Angeles, e, como a transmissão televisiva tem perdido espectadores nos últimos anos, a organização promete algumas alterações no espectáculo, nomeadamente no cenário e no formato de anúncio dos vencedores.

O anfitrião deste ano será o actor australiano Hugh Jackman, uma escolha que contraria a tradição dos últimos anos, com a condução do espectáculo entregue a humoristas ou actores ligados à comédia.

O objectivo da academia que atribui os Óscares é que a transmissão televisiva nos Estados Unidos ultrapasse os 40 milhões de espectadores, um valor acima dos 32 milhões norte-americanos que seguiram a entrega dos prémios em 2008.

SS.


PUB