Este concerto, que está integrado na comemoração dos 97 anos da Universidade do Porto, representa a estreia nacional, com órgão de luzes, desta obra de Alexander Scriabin.

Com a ONP, estarão no palco da Sala Suggia da Casa da Música o Coral de Letras da Universidade do Porto, o Coro de Câmara de São João da Madeira e o Coro da Academia de Música de Viana do Castelo, com Miguel Borges Coelho ao piano, num total de 234 pessoas.

"Prometeu, ou o Poema do Fogo", escrito em 1910, representa o culminar da obra sinfónica de Alexander Scriabin e da evolução mística do percurso criativo do compositor e pianista russo.

A obra foi escrita para uma orquestra de grandes dimensões, a que se junta, perto do final, o órgão e um coro sem palavras.

No âmbito das ideias visionárias de Scriabin sobre as relações entre as artes, assim como do seu forte sentido de sinestesia, a partitura inclui uma parte para "teclado de luzes" ou "órgão de cores" em que diferentes notas correspondem a diferentes cores.

Na época em que "Prometeu, ou o Poema do Fogo" foi escrito, não existia ainda nenhum instrumento capaz de proporcionar o espectáculo colorido que Scriabin ambicionava.

A apresentação na CdM alude à ideia primordial do compositor, pelo que luzes de diferentes cores são projectadas por toda a sala, reflectindo em detalhe a progressão harmónica e emocional da música.

O programa inicia-se com a Sinfonia n.º 2 em Mi menor de Serguei Rachmaninoff, outro brilhante pianista e compositor russo.

Escrita em 1906 e 1907, em Dresden, a Segunda Sinfonia de Rachmaninoff representa a coroação de uma carreira triunfante, pelas suas dimensões, amplitude expressiva e riqueza de detalhe na orquestração, contraponto e cruzamento de referências temáticas.

O pianista Miguel Borges Coelho, um intérprete reconhecido da obra a solo de Scriabin, lecciona actualmente na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo do Porto (ESMAE) e no Centro Superior de Música do País Basco Musikene.

Com este concerto, o maestro Miguel Graça Moura estreia-se na Casa da Música.

Diplomado em Piano e Composição no Conservatório de Música do Porto, foi em França que Graça Moura iniciou a sua carreira de maestro, como Director Musical da Orquestra Universitária de Estrasburgo.

Em 1992, fundou a Orquestra Metropolitana de Lisboa e a Academia Nacional Superior de Orquestra, onde dirigiu solistas de renome internacional como Maria João Pires e José Carreras.

PF.

Lusa/Fim