Parte sul do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova em Coimbra com investimento de 1,1 ME

por Lusa

O presidente da Confraria da Rainha Santa Isabel, Joaquim Nora, congratulou-se hoje com a inclusão do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova na lista de monumentos a reabilitar, num investimento "indispensável e urgente" que ronda os 1,1 milhões de euros.

"É uma obra indispensável e muito urgente. Será um grande benefício para a cidade, para Coimbra, para o santuário da Rainha Santa Isabel e para a monumentalidade nacional que é relevante", justificou.

O Ministério da Cultura revelou, na semana passada, que a reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para o Património Cultural prevê mais 40 milhões de euros de investimento e intervenções em 29 monumentos, sítios arqueológicos e museus.

Segundo o Ministério da Cultura, os 40 milhões de euros que resultam da reprogramação juntam-se aos 150 milhões inicialmente previstos para a reabilitação do património cultural e as novas 29 intervenções acrescem às 49 já programadas.

Em declarações à agência Lusa, Joaquim Nora explicou que o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova está dividido em duas partes, sendo que a parte sul pertence à Confraria da Rainha Santa Isabel e a parte norte pertence ao Estado, estando prevista a sua reabilitação e transformação em unidade hoteleira, no âmbito do programa REVIVE.

Já na parte sul, que engloba os claustros, igreja, adro, antigas casas do pároco e sacristão, e a albergaria dos peregrinos, é visível "uma grande necessidade de rever toda a cobertura e telhado".

"Há necessidade de reabilitação também da fachada e nas estruturas internas, onde se infiltra a humidade, bem como os claustros estão muito precisados: todas aquelas janelas e as paredes. Está precisada a cobertura da igreja e é necessário, sobretudo, tirar as humidades, limpar e repor o que a humidade entorpeceu, para além de se repararem as fissuras das paredes no coro alto", descreveu.

De acordo com a diretora da Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC), Suzana Menezes, a intervenção no Mosteiro de Santa Clara-a-Nova prevê a requalificação e beneficiação geral de fachadas e pavimentos, bem como um reforço estrutural de parte do edifício e melhoria das condições ambientais.

Prevê ainda a reabilitação das fachadas do claustro, reabilitação/substituição de caixilharias, reforço estrutural da ala poente, reabilitação do pavimento da área descoberta, reparação de pavimentos e rebocos nas galerias, correção do sistema de drenagem de águas pluviais e a requalificação da cobertura da igreja.

Neste conjunto de novos investimentos para a Região Centro, para além do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, destacam-se a resolução dos problemas críticos das Muralhas de Castelo Mendo (Almeida), do Abrigo do Lagar Velho (Leiria), do Castelo e Muralhas de Trancoso, das Muralhas de Pinhel, da Sé de Viseu e da Igreja de Almedina (Coimbra).

No seu entender, o reforço da verba, em mais de sete milhões de euros, para reabilitar o património cultural da Região Centro, só vai resolver uma pequena, embora relevante, parte dos problemas.

"Isto significa que uma pequena, mas muito relevante, parte dos problemas de conservação, estabilidade e restauro destes monumentos poderá ser resolvida no imediato, dado que as intervenções estão previstas acontecer entre 2023 (período para execução dos projetos) e 2026. Mas não significa, naturalmente, que todos os problemas e fragilidades do nosso património cultural serão dirimidas com este reforço", sustentou Suzana Menezes.

Por isso, defendeu que o próximo Quadro Plurianual de Investimentos - o Centro 2030 - "deverá acautelar as várias frentes de intervenção que foram atempadamente sinalizadas pela DRCC nos diversos Planos Estratégicos" elaborados nos últimos anos.

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