Pavarotti era "um dos grandes tenores do século XX", Ruy Vieira Nery
O musicólogo Ruy Vieira Nery lamentou hoje a morte do tenor italiano Luciano Pavarotti, considerando que era "um dos grandes tenores do século XX".
"Luciano Pavarotti era um fenómeno de popularidade rara que ultrapassou os limites da música erudita", afirmou à Agência Lusa o musicólogo e director de música da Fundação Calouste Gulbenkian.
Segundo Ruy Vieira Nery, o tenor italiano que hoje morreu aos 71 anos, tinha um grande sentido de responsabilidade social, dedicando-se a causas humanitárias.
"Era uma voz extraordinária com uma potência aparentemente sem limites e de grande beleza", referiu ainda o musicólogo, que diz ter assistido a um único espectáculo de Pavarotti há vários anos.
O tenor italiano Luciano Pavarotti, 71 anos, morreu hoje de madrugada em sua casa, em Modena, Itália, após uma longa luta contra um cancro no pâncreas.
Operado em Julho do ano passado a um tumor no pâncreas, Pavarotti tinha sido hospitalizado em Agosto, mas nas últimas semanas estava em sua casa, rodeado de família.
O agravamento súbito do estado de saúde do cantor lírico tinha sido noticiado quarta-feira à noite pelos meios de comunicação social italianos, alguns dos quais o classificam como "gravíssimo".
Devido a um "estado febril", Pavarotti tinha sido hospitalizado em Modena a 08 de Agosto, regressando a casa no dia 25 para aí prosseguir a convalescença.
Uma operação às costas, no início do ano passado, seguida da intervenção cirúrgica ao pâncreas em Julho tinham obrigado o tenor a cancelar uma digressão de despedida com 40 concertos pelo mundo inteiro que havia iniciado em Maio de 2004.
Pavarotti não era visto em público há vários meses, embora, depois da operação de Julho do ano passado, tivesse anunciado a sua disposição de retomar a digressão de despedida, no início deste ano, mas não chegou a concretizar o seu desejo.