Pedro Bandeira Freire era um homem "inteligente e despretensioso" - Raul Solnado

Lisboa, 16 Abr (Lusa) - Pedro Bandeira Freire, 68 anos, hoje falecido, "era uma homem inteligente e despretensioso", disse à Lusa o actor Raul Solnado, seu amigo.

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Pedro Bandeira Freire escreveu vários textos para o concurso televisivo "A visita da Cornélia" que Solnado apresentou em 1977.

"O Pedro era um homem que vivia a vida, nunca pensava em dinheiro, usava sempre t-shirt. Era um homem muito doce e amável, que escreveu excelentes peças de teatro com alguma complexidade", disse.

"Teatro nome de jogo", "Todo um elenco" e "Terceiro acto ou um tempo hoje, um lugar aqui", são algumas das peças que escreveu.

A actriz Alina Vaz, que contracenou com Pedro Bandeira Freire na peça "A mala da Bernadette" no Teatro Avenida e numa peça para televisão, recordou à Lusa a sua "figura muito bonita".

"Escrevia muito bem poesia, e tinha um especial jeito para construir canções", assinalou ainda.

Lembrando que Bandeira Freire escreveu com Orlando Neves "Amor próprio", que recebeu um prémio, a actriz referiu que a peça "tinha coisas com muita piada, nomeadamente de crítica social, ainda antes do 25 de Abril, e conseguiu passar o crivo da Censura".

O corpo de Pedro Bandeira Freire estará em câmara ardente na Sociedade Portuguesa de Autores, de onde sairá sexta-feira para o Cemitério dos Olivais.

Fundador do Cinema Quarteto, dramaturgo e realizador, Bandeira Freire publicou, além de poesia e teatro, um volume de memórias intitulado "Entrefitas e Entretelas".

NL.

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