"Pelo cuidado da criação". Vaticano cria oração especial pelo meio ambiente

O Vaticano anunciou a criação de uma nova oração dedicada à proteção do meio ambiente. A "Missa pelo cuidado da criação" permitirá aos padres católicos rezarem formalmente para que os fiéis vivam em harmonia com a Terra e todas as criaturas. É a primeira vez que a Igreja Católica dedica um rito à causa ambiental.

RTP /
Remo Casilli - Reuters

O novo formulário será publicado esta quinta-feira e acrescentado ao Missal Romano, tornando-se a 50ª opção de missa votiva disponível para ocasiões especiais, ao lado de celebrações por colheitas, pela paz ou pelo fim de desastres naturais.
"Esta nova missa indica o reconhecimento da Igreja das sérias ameaças que as mudanças climáticas causadas pelo homem representam", disse à Reuters o padre jesuíta Bruce Morrill, especialista em liturgia católica na Universidade Vanderbilt, nos EUA.
O Vaticano sublinha que esta nova celebração se insere num esforço mais amplo da Igreja Católica, com 1,4 mil milhões de membros em todo o mundo, para enfrentar de forma ativa as alterações climáticas.

O falecido Papa Francisco foi o primeiro pontífice a abraçar explicitamente o consenso científico sobre o aquecimento global, tendo apelado à redução das emissões de carbono e à implementação do Acordo de Paris de 2015.

No mesmo contexto, os bispos da Ásia, África e América Latina anunciaram um documento conjunto em que exigem aos países ricos o pagamento da sua "dívida ecológica", denunciando o impacto histórico da exploração de recursos e da poluição nas regiões mais pobres.



No mesmo texto, o Santo Padre lamenta que a natureza se tenha tornado "uma moeda de troca", sujeita a políticas e práticas que privilegiam o lucro em detrimento das pessoas e do planeta."A justiça ambiental não é uma preocupação abstrata ou secundária, mas um dever que nasce da fé" escreveu o Papa Leão XIV na mensagem para o próximo Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, celebrado a 1 de setembro.

Enquanto isso, cresce a expetativa de que o Papa Leão XIV possa participar na cimeira climática que decorrerá em novembro, em Belém no Brasil, às portas da Amazónia, uma das zonas mais afetadas pela crise ambiental.
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