Em comunicado, a Theatro Circo adiantou esta segunda-feira que o concerto de Maria João Pires foi cancelado devido a "problemas de saúde". A pianista de 80 anos "sofreu um AVC ligeiro", o que "a impossibilita de cumprir as datas para os concertos agendados em Portugal", lê-se ainda no comunicado.
"A pianista Maria João Pires sofreu um AVC ligeiro, o que a impossibilita de cumprir as datas para os concertos agendados em Portugal, onde se inclui o concerto de dia 13 de junho no Theatro Circo, além de passagens pelo Festival de Sintra e Teatro das Figuras, em Faro", lê-se num comunicado divulgado pelo Theatro Circo.
A Theatro Circo salienta que "esta seria a estreia de Maria João Pires na cidade após mais de 50 anos de carreira e 80 de vida".
O concerto de Maria João Pires em Sintra estava marcado para dia 15 de junho, no Centro Cultural Olga Cadaval, e o de Faro para dia 18, no Teatro das Figuras.
A pianista portuguesa tem também espetáculos marcados no Mónaco, no dia 22 de junho, e em Haia, nos Países Baixos, no dia 30 de junho. Há ainda vários concertos agendados em Taiwan, Japão e Tóquio durante o mês de julho.
A pianista portuguesa tem também espetáculos marcados no Mónaco, no dia 22 de junho, e em Haia, nos Países Baixos, no dia 30 de junho. Há ainda vários concertos agendados em Taiwan, Japão e Tóquio durante o mês de julho.
De acordo com a agenda da pianista, que completou 80 anos em julho passado, estão também marcados outros concertos em Londres, Amesterdão e Milão até ao final de 2025.
Pianista de renome mundial, Maria João Pires começou a tocar desde muito nova, aos três anos, tendo feito a primeira apresentação pública apenas um ano depois. Estudou no Conservatório de Lisboa e aos 17 anos recebeu uma bolsa da Fundação Gulbenkian para estudar na Alemanha. Seguiu para a Musikhochschule, em Munique, com Rosl Schmid, e depois Hanover, com Karl Engel.
Nos anos 80, deu concertos nas mais prestigiadas salas de espetáculo do mundo, passando pelo Queen Elizabeth Hall, em Londres, e pelo Carnegie Hall, em Nova Iorque.
Grande intérprete de gigantes como Schubert, Mozart e Chopin, já brilhou nos palcos a solo mas também com a Filarmónica de Berlim, a Orquestra Sinfónica de Boston, a Orquestra de Paris e a Filarmónica de Viena.
Em décadas de carreira, foi distinguida com os mais prestigiados prémios, incluindo o Prémio Gramophone e o Prémio Caecilia, tendo também recebido condecorações como a Ordem do Infante D. Henrique e a Legião de Honra francesa.
Venceu também o primeiro prémio do concurso internacional Beethoven (1970), o prémio do Conselho Internacional da Música, pertencente à organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, 1970) e o Prémio Pessoa (1989).
Mais recentemente, em novembro de 2024, a pianista recebeu em Tóquio o Praemium Imperiale, na área da música. O Praemium Imperiale reconhece anualmente o contributo internacional de cinco personalidades nas Artes e na Cultura. Em 1998, o prémio referente à Arquitetura foi atribuído a Álvaro Siza.
c/ Lusa