Uma portuguesa é um dos três especialistas da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) que chegam quarta-feira a Angola para integrarem a equipa que trabalha nas escavações arqueológicas em M`banza-Kongo, noticiou hoje a Angop.
Os três técnicos da UNESCO, a portuguesa Maria da Conceição Lopes e os belgas Koen André Georges Bostoen e Pierre Daniel Maret, vão juntar-se em M`banza-Kongo, na província do Zaire, a outros especialistas desta agência das Nações Unidas e do Instituto Nacional do Património Cultural de Angola, segundo um comunicado do Ministério da Cultura, citado pela Angop.
No dia 07, a coordenadora do projeto "M`banza-kongo - Cidade a desenterrar para preservar", Sónia da Silva António, disse que o governo angolano, através do Ministério da Cultura, tem um prazo limite para a apresentação da candidatura à UNESCO até julho de 2012.
Sónia da Silva António, que coordena o projeto desde 2009, explicou que decorrem trabalhos de escavação na área classificada da cidade de M`banza-Kongo, para se encontrar as provas arqueológicas que a UNESCO necessita e que provem que a antiga capital do reino do Kongo tem um valor universal excecional.
Formado no século XIII, o reino do Kongo tinha seis províncias e ocupava parte dos atuais territórios de República Democrática do Congo, República do Congo, Gabão e Angola, além da existência de outros reinos vassalos que lhe pagavam tributo.
M`banza-Kongo preserva ainda as ruínas daquela que pode ser a primeira Sé Catedral erguida ao sul do Sahara, denominada Kulumbimbi, construída no século XVI e testemunha da presença portuguesa na região e da fé cristã.
O cemitério e o palácio dos reis, datado entre os séculos XIII e XX, o local de lavagem e embalsamento dos corpos dos soberanos (Súmbula), assim como a casa dos secretários e a árvore centenária "Yala a Nkuwu" são, entre outros, os patrimónios que ainda se pode encontrar na localidade.
Caso Mbanza Kongo venha a ser declarada "património mundial", a cidade vai contar com um centro de pesquisa e interpretação sobre o Reino do Kongo.
As ruínas de M`banza-Kongo são um dos onze sítios inseridos na lista indicativa de bens angolanos a património mundial da UNESCO.
