Prémio Camões é anunciado hoje no Rio de Janeiro
O Prémio Camões, no valor de 100.000 euros, este ano na sua 19.ª edição, é hoje anunciado no Rio de Janeiro por um júri de que fazem parte intelectuais de Portugal, Brasil e outros países de língua oficial portuguesa.
Instituído em 1988, o galardão distinguiu, desde a sua primeira edição, em 1989, oito autores portugueses, sete brasileiros, dois angolanos e um moçambicano.
São ficcionistas 11 dos premiados: Vergílio Ferreira, vencedor em 1992, Rachel de Queiroz (1993), Jorge Amado (1994), José Saramago (1995), Pepetela (1997), Autran Dourado (2000), Maria Velho da Costa (2002), Rubem Fonseca (2003) Agustina Bessa-Luís (2004), Lygia Fagundes Telles (2005) e José Luandino Vieira (2006). Cinco são brasileiros, quatro portugueses e dois angolanos.
Miguel Torga, o primeiro autor consagrado com o galardão, poderia integrar o lote de prosadores - tem uma importante obra ficcional e diarística - mas é provavelmente como poeta que mais tem sido reconhecido e estudado.
Poetas, portanto, além de Torga (1989), a lista inclui João Cabral de Mello Neto (1990), José Craveirinha (1991), Sophia de Mello Breyner Andresen (1999) e Eugénio de Andrade (2001). Os portugueses são em maior número: três. Mello Neto é brasileiro e Craveirinha moçambicano.
O ensaio está em clara desvantagem no confronto com as restantes disciplinas. Em 18 anos, apenas dois "praticantes" o receberam: o português Eduardo Lourenço em 1996 e o brasileiro António Cândido em 1998.
Incluído no lote de ficcionistas - por ter sido a ficção o núcleo central da sua obra de escritor - Vergílio Ferreira não estaria deslocado entre os ensaístas. É autor de significativos títulos nesta área.
Em 18 anos, apenas uma vez o prémio foi recusado. Luandino Vieira, o protagonista da recusa, invocou para tal "razões de consciência".