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Prémio Príncipe Astúrias das Artes para bailarinas

As bailarinas Maya Plisetskaya e Tamara Rojo foram quarta-feira distinguidas com o Prémio Príncipe das Astúrias das Artes 2005, anunciou o júri em Oviedo (Espanha).

Agência LUSA /
EPA

Maya Plisetskaya, de 79 anos, russa naturalizada espanhola, é considerada uma das bailarinas mais importantes do século XX tendo sido, nomeadamente, primeira bailarina do Ballet Bolshoi de Moscovo e dirigido o Ballet Clássico Nacional de Espanha entre 1987 e 1990.

Considerada a criadora de algumas das inovações coreográficas e interpretativas mais importantes das últimas décadas, Maya Plisetskaya começou a dançar aos três anos, fez a escola de dança de Moscovo e, em 1941, ingressou no corpo de bailado do Bolshoi onde, um ano depois, passou a bailarina titular.

Durante o regime comunista manteve sempre uma acentuada independência artística que desagradava aos burocratas do regime.

Ainda assim, era das poucas artistas soviéticas autorizadas a actuar no estrangeiro.

Em Setembro de 1983 viajou pela primeira vez para Espanha, com o Bolshoi, e em 1987 ofereceu-se para dirigir o Ballet Clássico Nacional de Espanha. Em 1993 obteve a nacionalidade espanhola, que pedira dois anos antes.

Após a "Perestroika" regressou a Moscovo para participar numa gala de apoio à democratização da Rússia e, quando celebrou o seu 75/o aniversário, recebeu do presidente Vladimir Putin a Ordem do Mérito da Federação Russa.

Tamara Rojo, de 30 anos, é uma das principais figuras do ballet espanhol actual, tendo-se tornado em 2004 a primeira espanhola a obter o lugar de primeira bailarina do Royal Ballet de Londres.

Entre as 45 candidaturas apresentadas a este Prémio, que distinguiu este ano pela primeira vez o ballet, figuravam também o arquitecto norte-americano Frank Gehry, o director da orquestra italiano Cláudio Abbado e o realizador de cinema norte-americano Steven Spielberg.

Nas últimas edições, o prémio Príncipe das Astúrias das Artes foi atribuído ao guitarrista de flamengo espanhol Paco de Lucía, ao pintor espanhol Miquel Barceló e ao realizador norte-americano Woody Allen.

Este é o sexto dos oito prémios Príncipe das Astúrias entregues anualmente, para reconhecer o trabalho científico, cultural, social e humano de pessoas, grupos ou instituições no âmbito internacional nas categorias de Comunicação e Humanidades, Cooperação Internacional, Paz, Ciências Sociais, Artes, Letras, Investigação Científica e Técnica e Desportos.

Nesta altura falta apenas anunciar os prémios do Desporto e da Paz, para o que os respectivos júris têm previsto reunir-se em Oviedo na primeira quinzena de Setembro.

Na edição deste ano, a 25/a, o Instituto Camões foi distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias de Comunicação e Humanidades, juntamente com os institutos culturais Cervantes (Espanha), Alliance Française (França), Dante Alighieri (Itália), British Council (Reino Unido), e Goethe Institut (Alemanha).

à semelhança dos restantes sete prémios Príncipe das Astúrias, os distinguidos nas Artes recebem 50.000 euros e uma estatueta especialmente criada por Joan Miró, um diploma e uma insígnia.

Os prémios serão entregues no Outono pelo príncipe Felipe de Borbón, numa cerimónia que tradicionalmente se realiza no Teatro Campoamor de Oviedo.

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