Prémio Príncipe das Astúrias das Artes para Pedro Almodovar

O realizador espanhol Pedro Almodóvar foi hoje galardoado com o Prémio Príncipe das Astúrias das Artes 2006, batendo três outros finalistas nas votações finais do júri.

Agência LUSA /

Os três candidatos finais que disputaram a escolha do júri foram o compositor britânico Andrew Lloyd Webber, o arquitecto japonês Tadao Ando e a violinista alemã Anne- Sophie Mutter.

A acta do júri refere que Almodóvar foi escolhido pela "mestria e sinceridade das suas realizações" bem como pela "alegria e vitalidade dos seus textos".

"Acima de tudo (Ó) reconhece "a integração das suas raízes, que são nossas, na sociedade de um planeta à beira de um ataque de nervos e a cavalo em dois séculos", de acordo com o júri.

"A sua obra, enraizada numa sociedade espanhola que se abria a mudanças profundas, adquiriu uma dimensão universal através de uma linguagem original de grande riqueza expressiva, capaz de sintetizar a complexidade humana", refere um comunicado da Fundação Príncipe das Astúrias.

Almodóvar, um dos cineastas espanhóis mais aclamados internacionalmente, nasceu em Ciudad Real em 1951 tendo-se mudado para Madrid em 1867 onde começou a trabalhar como actor, antes de entrar para os quadros da Telefónica Nacional de Espanha.

Entre 1974 e 1978 realizou várias curtas-metragens e durante a década de 70 dedicou-se igualmente ao teatro, à música e às colaborações em revistas.

A primeira obra cinematográfica, "Pepi, Luci, Bom y otras chicas del montón", data de 1980, tendo registado um êxito nas salas que permitiu a Almodóvar dedicar-se por inteiro ao cinema.

Com o irmão, Agustín, funda em 1985 a produtora "El Deseo", a partir da qual produz os seus filmes seguintes.

O êxito do realizador começa a consolidar-se com a estreia de "Qué he hecho yo para merecer esto?" (1984) - considerada pela crítica como a sua melhor obra.

Entre outros filmes contam-se, "Matador" (1985), "La ley del deseo" (A Lei do Desejo, 1986), "Mujeres al borde de un ataque de nervios" (Mulheres à beira de um ataque de nervos, 1987), "Átame!" (Ata-me, 1989), "Tacones lejanos" (Saltos Altos, 1990), "Kika" (1993), "La flor de mi secreto" (A flor do meu segredo, 1995)", "Todo sobre mi madre" (Tudo sobre a minha mãe, 1999), "La mala educación" (Má Educação, 2004) e "Volver (2006)".

A revista Time considerou o seu filme de 2002, "Hable con ella" (Fala com ela, 2002), o melhor filme da última década.

Durante a sua carreira obteve mais de 40 galardões internacionais entre os quais se destacam dois Óscar:

melhor filme estrangeiro por "Todo sobre mi madre" (2000) e melhor argumento original por "Hable con Ella" (2003).

Recebeu ainda quatro Prémios Goya, três Prémios Cesar (França) e dois Prémios Bafta (Reino Unido).

Este ano, o Prémio de Artes da Fundação Príncipe das Astúrias recebeu um total de 44 candidaturas de 20 países.

A Fundação atribuiu já, além deste, dois outros prémios: de Cooperação Internacional, a Bill e Melinda Gates, e o de Comunicação e Humanidades à National Geographic Society.

Nas próximas semanas serão conhecidos os prémios de Investigação Cientifica, Letras e Ciências Sociais e, em Setembro, os de Desporto e Concórdia.

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