Prémios para actores revelam "regresso do cinema europeu" - António Pedro Vasconcelos

Lisboa, 25 Fev (Lusa) - O realizador António Pedro Vasconcelos considerou hoje que as escolhas de actores pela Academia do Cinema de Hollywood na edição dos Óscares deste ano revelaram "um regresso do cinema europeu, que há muito se encontrava na sombra".

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O Óscar de melhor actor foi atribuído a Daniel Day-Lewis ("Haverá sangue"), o de melhor actor secundário a Javier Bardem ("Este país não é para velhos"), melhor actriz para Marion Cotillard ("La Vie en Rose"), melhor actriz secundária para Tilda Swinton ("Michael Clayton - Uma questão de consciência"), todos eles actores e actrizes europeus.

"Houve uma época em que os europeus conquistaram óscares - recordou, dando como exemplo Sofia Loren - mas depois começaram a desaparecer das premiações", disse o cineasta, sublinhando que as escolhas deste ano da Acedemia de Cinema norte-americana revelam "um nítido reconhecimento do valor dos europeus".

António Pedro Vasconcelos viu "Haverá Sangue", de Paul Thomas Anderson, e considera-o "um filme extraordinário", mas ainda não viu "Este país não é para velhos", dos irmãos Joel e Ethan Coen, que inaugura hoje a 28ª edição do maior festival internacional de cinema do país, o Fantasporto.

"Haverá Sangue" tem algumas debilidades no enredo, mas é um filme invulgar, de personagens. Só a personagem de Daniel Day-Lewis lhe daria o Óscar, e o desempenho ele é realmente muito bom", comentou o realizador.

Em relação à escolha de Javier Bardem, não foi uma surpresa para António Pedro Vasconcelos: "Ele tem-se revelado um excelente actor desde o início. Quase chegou a entrar no meu filme "Os Imortais" (2003), numa altura em que ainda não era muito conhecido", mas a co-produção com a Espanha não chegou a acontecer.

AG.

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