Professores pedem formação e tecnologia para escolas luso-americanas

por Lusa
A escola mudou e os instrumentos tradicionais devem ser atualizados D.R.

Os professores das escolas comunitárias de português nos Estados Unidos precisam de mais formação, apoio e tecnologia para aumentar o interesse das crianças na aprendizagem da língua, disseram responsáveis num painel sobre o ensino. 

"Gostava de ver mais formação adequada para o ensino de português nos Estados Unidos, não é ensino do português em Portugal", afirmou Leslie Ribeiro Vicente, diretora da escola Discovery Language Academy em New Bedford, Massachusetts. 

"Os manuais têm de ser feitos para alunos que querem aprender mas não quer dizer que falem português", disse, referindo que muitos dos lusodescendentes estão a ser criados por pais que falam pouco da língua e os manuais usados para os ensinar têm de refletir essa diferença.

"Há uma necessidade de atualizar os manuais", disse. "Têm de ser feitos para a nossa comunidade. Não são os mesmos alunos da França e da Inglaterra, as culturas são diferentes". 

A diretora falava durante um painel da iniciativa "As Nossas Vozes", que decorreu na última madrugada e é fruto de uma parceria do Conselho de Liderança Luso-Americano (PALCUS) com o Instituto Português Além-Fronteiras da Universidade Estadual da Califórnia em Fresno. 

O debate, intitulado "Ensinar a Língua Portuguesa nos Estados Unidos", reuniu professoras e diretoras de escolas comunitárias da Califórnia, Florida, Massachusetts e Nova Jersey. 

"As escolas portuguesas comunitárias são o futuro da nossa língua materna, o futuro das nossas crianças para podermos continuar a levar a nossa língua ao mundo inteiro", salientou Carla Rodrigues, diretora da escola Amadeu Correia, que faz parte do Portuguese Instructive Social Club em Nova Jersey. 

"Antes quem vinha eram reformados, agora temos muitas famílias a vir e já estamos a ter bastantes crianças em que os pais querem que aprendam português", referiu. 

"O governo português podia criar plataformas para as crianças que gostam de jogar jogos com coisas em português", sugeriu, considerando que isso reforçaria o interesse dos lusodescendentes no idioma. 

Várias professoras destacaram o papel que o Instituto Camões e a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) têm tido para manter vivas estas iniciativas, e pediram o seu reforço. 

"A responsabilidade devia ser do Governo de ajudar a manter viva a língua e a cultura fora de Portugal", concluiu Carla Rodrigues.

 

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