Rádio Internacional Francesa aumenta programas em línguas da África Ocidental

por Lusa

A Rádio Internacional Francesa (RFI) anunciou hoje o lançamento de programas em fulfulde e a duplicação das emissões em mandenkan, apostando assim nestas duas grandes línguas da África Ocidental, com dezenas de milhões de falantes, para expandir a audiência.

Em meados de dezembro, a RFI, que já tem uma presença muito forte e uma audiência maciça em África, acrescentou o fulfulde à lista de línguas africanas nas suas ondas de rádio. A esta juntam-se agora a hausa, a swahili e a mandenkan, na qual a RFI emite desde 2015.

A RFI duplicou os seus volumes de emissão de mandenkan desde dezembro. Um total de duas horas de programas por dia nestas duas grandes línguas da África Ocidental são agora produzidos por uma equipa editorial multilingue, sediada em Dakar.

O conteúdo está disponível em FM ou onda curta, em 11 países, bem como em formato digital.

"A principal barreira ao sucesso dos nossos programas é a barreira linguística (...) e falar estas línguas torna os nossos programas mais acessíveis" àqueles que têm pouco ou nenhum domínio do francês, explicou Marie-Christine Saragosse, chefe da France Médias Monde, a empresa-mãe da RFI, numa conferência de imprensa online.

"É uma situação vantajosa para todos falar estas línguas", juntamente com os programas de língua francesa da RFI, além de que "é um reconhecimento das culturas e identidades africanas", acrescentou.

Potencialmente, "isto diz respeito a dezenas de milhões de pessoas", disse, salientando que 10 milhões de pessoas já estavam a ouvir os programas da RFI em línguas africanas.

"Os programas em fulfulde e mandenkan misturam notícias, revistas e ficção", disse a diretora da RFI, Cécile Mégie, a partir de Dakar.

Cerca de 30 jornalistas e técnicos foram recrutados em vários países, como Senegal, Burkina Faso, Mali, Guiné, Costa do Marfim. Qualquer que seja a sua língua de trabalho, transmitem informações da mesma natureza e respeitam uma linha editorial comum.

"Saúde, educação, política, economia, música. São as notícias que impõem a sua lei", acrescentou o seu colega Didi Cheik, um apresentador de jornal em língua mandenkan.

O projeto recebeu apoio financeiro do TPI (uma agência de cooperação audiovisual) e da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).

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