Cultura
Revelação da identidade de Elena Ferrante causa indignação
O jornalista italiano Claudio Gatti afirmou, no domingo, ter descoberto a identidade da pessoa que utiliza o nome de Elena Ferrante. Porém, a exposição da identidade da romancista suscitou reações negativas por parte dos leitores e da editora, que preferem respeitar a decisão do anonimato.
Para levar a cabo a investigação, Gatti acedeu aos movimentos financeiros da editora romana que publica as obras da autora, Edizioni E/O. Segundo a publicação do jornalista no diário italiano Il Sole 24 Ore, os rendimentos da editora aumentaram 65 por cento em 2014, quando as obras de Ferrante se tornaram best sellers, e 150 por cento em 2015.
Estes aumentos correspondem aos rendimentos de Anita Raja, tradutora de alemão que trabalha regularmente para a editora. Nascida em Itália em 1953 e a residir atualmente em Roma, Raja é a alegada autora das obras, segundo Gatti. O jornalista averiguou que em 2000, ano em que o primeiro livro de Ferrante chegou ao cinema, a tradutora comprou um apartamento de luxo em Roma.
Elena Ferrante tinha já afirmado, em raras entrevistas realizadas através de correio eletrónico, que optou pelo anonimato porque este lhe permite ter a proteção de que necessita para poder escrever de forma brutalmente honesta. O anonimato serve também como forma de rejeição da cultura da autopromoção, permitindo que o seu trabalho fale por si.
“Parem de assediar Elena Ferrante”
O editor da escritora, Sandro Ferri, mostrou-se indignado pela tentativa de desmascarar Ferrante, afirmando ao diário britânico The Guardian que “essa forma de jornalismo é repugnante”. Pediu ainda que fosse respeitada a decisão de uma autora que escolheu não tornar pública a sua identidade. “Parem de assediar Elena Ferrante”, declarou ao diário italiano La Repubblica. Afirmou ainda que a escritora “não é uma criminosa”, apesar de estar a ser tratada como um membro da máfia.
Também a maioria dos leitores reagiu mal à exposição da identidade da autora, temendo até que esta deixasse de escrever livros. Houve quem criticasse o jornalista por invadir a privacidade de Ferrante e ainda quem considerasse que Gatti foi motivado pelo seu próprio ego a escrever a história.
No entanto, existem também leitores curiosos em relação ao contraste entre os pormenores da vida de Anita Raja e a imagem que o público tinha criado através da leitura das obras. Na obra “Frantumaglia”, a autora afirmou ter apresentado alguns detalhes autobiográficos. Porém, ao alegadamente ter descoberto a identidade da escritora, Gatti declarou que esta mentiu em muitos dos factos.
“A mãe napolitana, as três irmãs e a sua vida em Nápoles são mentiras” contadas por Ferrante, afirmou Gatti. “E, como jornalista, não gosto de mentiras”. À BBC, o jornalista contou ainda que decidiu expor a escritora uma vez que, ao comprar milhões de livros e contribuir para a fama da autora, os leitores “têm o direito de saber qualquer coisa sobre a pessoa que criou essas obras”.
Estes aumentos correspondem aos rendimentos de Anita Raja, tradutora de alemão que trabalha regularmente para a editora. Nascida em Itália em 1953 e a residir atualmente em Roma, Raja é a alegada autora das obras, segundo Gatti. O jornalista averiguou que em 2000, ano em que o primeiro livro de Ferrante chegou ao cinema, a tradutora comprou um apartamento de luxo em Roma.
Elena Ferrante tinha já afirmado, em raras entrevistas realizadas através de correio eletrónico, que optou pelo anonimato porque este lhe permite ter a proteção de que necessita para poder escrever de forma brutalmente honesta. O anonimato serve também como forma de rejeição da cultura da autopromoção, permitindo que o seu trabalho fale por si.
“Parem de assediar Elena Ferrante”
O editor da escritora, Sandro Ferri, mostrou-se indignado pela tentativa de desmascarar Ferrante, afirmando ao diário britânico The Guardian que “essa forma de jornalismo é repugnante”. Pediu ainda que fosse respeitada a decisão de uma autora que escolheu não tornar pública a sua identidade. “Parem de assediar Elena Ferrante”, declarou ao diário italiano La Repubblica. Afirmou ainda que a escritora “não é uma criminosa”, apesar de estar a ser tratada como um membro da máfia.
Também a maioria dos leitores reagiu mal à exposição da identidade da autora, temendo até que esta deixasse de escrever livros. Houve quem criticasse o jornalista por invadir a privacidade de Ferrante e ainda quem considerasse que Gatti foi motivado pelo seu próprio ego a escrever a história.
No entanto, existem também leitores curiosos em relação ao contraste entre os pormenores da vida de Anita Raja e a imagem que o público tinha criado através da leitura das obras. Na obra “Frantumaglia”, a autora afirmou ter apresentado alguns detalhes autobiográficos. Porém, ao alegadamente ter descoberto a identidade da escritora, Gatti declarou que esta mentiu em muitos dos factos.
“A mãe napolitana, as três irmãs e a sua vida em Nápoles são mentiras” contadas por Ferrante, afirmou Gatti. “E, como jornalista, não gosto de mentiras”. À BBC, o jornalista contou ainda que decidiu expor a escritora uma vez que, ao comprar milhões de livros e contribuir para a fama da autora, os leitores “têm o direito de saber qualquer coisa sobre a pessoa que criou essas obras”.