Rui Lopes Graça estreia "Random", inspirado em imagens aleatórias de experiências limite como a morte (c/áudio)
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Lisboa, 03 Nov (Lusa) - As imagens aleatórias surgidas na mente de quem enfrenta experiências limite, como a morte, serviram de inspiração para "Random", nova coreografia criada por Rui Lopes Graça que se estreia sexta-feira no Teatro Camões, em Lisboa.
Co-produção das estruturas Objecto Ansioso e Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, esta coreografia de Rui Lopes Graça é interpretada por cinco bailarinos, acompanhados por uma selecção musical de Sandro Benrós, e terá em palco uma peça cenográfica criada por Wilson Mestre Galvão.
O propósito de "Random" ("Aleatório" em português) "é especular acerca das imagens aleatórias que o indivíduo pode ter ao confrontar-se com um momento limite, que provoca grande ansiedade, um perigo iminente", explicou à Agência Lusa o coreógrafo.
A ideia surgiu a Rui Lopes Graça - coreógrafo residente da Companhia Nacional de Bailado (CNB) - após ter perdido alguém próximo, e também porque "é uma questão presente na vida das pessoas".
"Segundo relatos de algumas pessoas, a proximidade da morte fez-lhes passar pela cabeça toda a sua vida em imagens aleatórias num curto espaço de tempo", observou, acrescentando que este trabalho "é uma especulação acerca dessas imagens".
Esclareceu, contudo, que "Random" não se debruça sobre a problemática da morte: "Isso seria um trabalho completamente diferente", salientou sobre esta obra inserida no programa "A CNB Convida" da temporada 2008/09 da companhia sedeada no Teatro Camões.
O tema explorado por Rui Lopes Graça foi trabalhado musicalmente por Sandro Benrós, que reuniu vários estilos musicais que espelhassem essa aleatoriedade de imagens expressa na coreografia, definida pelo autor como "uma obra tensa, obscura e emocional".
Nessa linha, foram cruzadas sonoridades como o dubstep, electrónica minimal e experimental, música ambiente e acústica com raízes no folk, e também música clássica.
A interpretação de "Random", com cerca de sessenta minutos, é de Fábio Pinheiro, Gustavo Oliveira, Liliana Mendonça, Kelly Nakamura e Susana Lima.
Co-fundador da companhia de bailado com o seu nome, Rui Lopes Graça ingressou em 1985 no elenco da CNB e, em 1996, tornou-se bailarino solista, tendo dançado grande parte do repertório clássico e contemporâneo.
Desde os anos noventa que tem coreografado para a CNB, o hoje extinto Ballet Gulbenkian, a Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, The Curve Foundation Dance Company, Escola Superior de Dança e Conservatório Nacional.
Entre outras coreografias, criou "Antídoto", "Sopro", "Dois", e mais recentemente "A Arte da Fuga", e os espectáculos infantis, "Mémé Mesmo aqui ao pé" e "Bolinha de Sabão".
A estreia de "Random" está prevista para sexta-feira, dia 07 de Novembro, às 21:00, no Teatro Camões, repetindo sábado à mesma hora.
AG.
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