Saramago e Pilar tinham-se casado há cerca de 20 anos numa cerimónia realizada na casa do Nobel da Literatura em Lisboa, mas nunca tinham registado o casamento em Espanha.

Este pequeno "esquecimento" permitiu ao casal voltar a dizer "sim", numa cerimónia celebrada pelo presidente da câmara de Castril, José Juan López Ródenas.

Por expresso desejo do casal a cerimónia decorreu na mais estrita intimidade, e perante um pequeno grupo de familiares e amigos, sem meios de comunicação presentes.

A cerimónia foi precedida de um emotivo discurso pronunciado por Mercedes de Pablo, jornalista e amiga pessoal de Pilar del Rio que, em alusão a como o casal se conheceu, disse que "quando se encontraram sem procurar-se nas páginas de um livro - Memorial do Convento, de Saramago - ela untou de saliva o seu dedo e, ao passar a última página, apagou o ponto final".

Os dois noivos saíram da cerimónia sob uma chuva de arroz e flores, a par de gritos de "vivas".

O episodio é o mais recente no relacionamento entre ambos, que começou em 1986 quando Pilar del Rio comprou em Sevilha um exemplar do Memorial do Convento.

Na altura jornalista da TVE na Andaluzia, propôs-se viajar até Lisboa para entrevistar Saramago.

Dois anos depois casaram-se e agora vivem em Lanzarote, nas Canárias, onde Pilar assina uma coluna num programa de rádio com o pseudónimo Blimunda.