"Ser e Não Ser" recorda a história do Teatro em livro e em espectáculos

por Agência LUSA

O espectáculo de palco "Ser e Não Ser" passa a estar acompanhado de um livro que traça a história do Teatro, estando já previstas sessões de apresentação e representação em cidades como Porto, Coimbra e Tondela.

"Ser e Não Ser ou estórias da História do Teatro", de Maria do Céu Guerra, editado pelo Círculo de Leitores, tem na sua base um espectáculo e transformou-se em livro pela necessidade da autora dar a conhecer a mais gente "a estrada percorrida por essa Arte maior".

O espectáculo, cujo texto se encontra reproduzido no livro, divide-se em três partes: a primeira vai dos gregos à Commedia Dell+Arte, a segunda dos clássicos de Shakespeare a Goldoni e a terceira de Dumas Filho aos dramaturgos contemporâneos.

No livro, Maria do Céu Guerra incluiu ainda inúmeras fotografias a cores de "Ser e Não Ser" em palco, além de uma cronologia da arte teatral desde o teatro grego no século VI antes de Cristo até à encenação de "O Rinoceronte", de Ionesco, em Paris em 1960.

Da obra fazem igualmente parte curtas biografias de dramaturgos e actores - incluindo As Divinas: Sarah Bernhardt, Ellen Terry, Eleanora Duse e Emília das Neves - e também de algumas das mais importantes personagens criadas e interpretadas.

Excertos de "As Bacantes", de Eurípides, "Prometeu Agrilhoado", de Esquilo, "Édipo Rei", de Sófocles, "Lisístrata", de Aristófanes, e "Anfitrião", de Plauto, integram a primeira parte desta peça, para a qual Maria do Céu Guerra reconhece, no prefácio do livro, ter "inventado" e ter costurado "o texto dos autores" a que recorreu.

Cenas e personagens de peças como "Ricardo II", "Hamlet", "Macbeth" e "A Tempestade", de Shakespeare, surgem na segunda parte - dedicada aos "antigos" - em diálogo com excertos de "O Retábulo das Maravilhas", de Cervantes, "A Vida é um Sonho", de Calderón, ou "A Escola de Mulheres", de Molière.

Na terceira parte do espectáculo, dedicada aos "modernos", a história do Teatro continua a ser revelada através de textos dramáticos como "O Jardim das Cerejeiras", de Tchekov, "Mistério Bufo", de Maiakovski, "à Espera de Godot", de Beckett, "As Cadeiras", de Ionesco e "Morte de um Caixeiro-Viajante", de Arthur Miller.

"Ser e Não Ser" convoca ainda, no seu cruzamento de espaços e tempos, "Um Eléctrico chamado Desejo", de Tennessee Williams, "Mãe Coragem e seus Filhos", de Brecht, "My Fair Lady", de Bernard Shaw, e "A Dama das Camélias", de Dumas.

A actriz e encenadora afirma que, após ter lido "oitenta e um livros" e enchido "dezoito cadernos de notas", misturou "o que aconteceu com o que deve ter acontecido" e "com o que poderia ter acontecido" para criar o texto final.

O espectáculo, originalmente representado por actores como Pedro Borges, Rita Fernandes, Gil Filipe, João d+Ávila, Maria do Céu Guerra, Mariana Abrunheiro, Sérgio Moras, Pedro Diogo, Luís Thomar, Carla Alves e Susana Costa, vai voltar a ser representado durante as apresentações do livro.

Assim, dia 16 deste mês o livro será lançado no Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra, seguindo-se, dia 30, nova sessão em Tondela no Trigo Limpo Teatro Acert, e, a 29 de Abril, uma apresentação no Teatro Rivoli, no Porto.

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