Teatro municipal construído há cinco anos apontado como caso de sucesso em seminário

Vila Real, 03 Mar (Lusa) -- O Teatro Municipal de Vila Real, construído há cinco anos para colmatar uma lacuna cultural no concelho, foi hoje apontado como um caso de gestão de sucesso durante um seminário realizado pela Universidade sedeada na cidade.

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O espaço foi um dos exemplos a seguir apontados no seminário "Gestão Cultural e Desenvolvimento", organizado pelos alunos do primeiro curso de Mestrado em Ciências da Cultura, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

"Não é um teatro que se limita a abrir uma vez por semana. Está aberto todos os dias com exposições, um museu para visitar, cinema, espectáculos no café concerto ou nos auditórios. É um verdadeiro centro cultural", afirmou o presidente da Câmara de Vila Real, Manuel Martins.

O autarca, que é também presidente do conselho de administração da Culturval, a empresa municipal responsável pela gestão do equipamento, referiu que antes de 2004 a vida cultural de Vila Real era "triste", existindo apenas um cinema que passava um filme diferente por semana.

O Teatro Municipal de Vila Real, que teve um investimento de dez milhões de euros, abriu as portas no dia 19 de Março de 2004, numa cerimónia que contou com a presença do então primeiro-ministro, Durão Barroso.

Este equipamento integra a Rede Nacional de Teatros e Cine-teatros e, desde que abriu as portas, já recebeu 1,3 milhões de visitantes, mais de duas vezes a população dos distritos transmontanos de Bragança e Vila Real.

O director executivo do teatro, Vítor Nogueira, salientou também as "múltiplas valências do edifício" como a base da "força do projecto".

Segundo Manuel Martins, as receitas geradas pela bilheteira cobrem apenas cerca de 30 por cento das despesas do equipamento, pelo que anualmente a autarquia faz um contrato de gestão com esta estrutura.

O orçamento, de acordo com o responsável, rondará os 1,5 milhões de euros.

Vítor Nogueira criticou o Estado por ter deixado o financiamento da Rede Nacional de Teatros "à exclusiva responsabilidade das autarquias".

"Isso para mim é uma injustiça, porque estes teatros foram pensados não apenas para servir os municípios, mas as regiões onde estão inseridos", frisou.

Manuel Martins salientou a "regra de ouro" instituída pela autarquia e que está relacionada com a "liberdade" de funcionamento e de gestão que a concedida à equipa da Culturval.

"A cultura não pode pertencer a este ou àquele partido. A liberdade é fundamental para criar", afirmou o autarca.

No decorrer do seminário falou-se ainda sobre a dinamização do centro histórico de Guimarães, a ´Villa` Romana de Sendim (Felgueiras), o caso de Serralves (Porto) e ainda o voluntariado cultural, que está a aumentar em alguns municípios como, por exemplo, Lamego e Bragança.

PLI.

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