Tesouros do Museu Benaki contam a história dos gregos
A arte produzida nos territórios gregos ao longo de quase 8.000 anos, desde o período neolítico até à independência do país em 1830, está representada numa exposição inaugurada hoje na Fundação Gulbenkian através de 157 objectos.
"Os Gregos. Tesouros do Museu Benaki, Atenas" é o título desta exposição, que inclui obras de escultura, ourivesaria, cerâmica, metais, pintura e livros.
"Algumas destas peças nunca tinham saído do país", afirmou aos jornalistas que hoje visitaram a exposição o director do Museu Gulbenkian, João Castel-Branco Pereira, agradecendo a generosidade do museu de Atenas.
A primeira peça que surge à vista do visitante é um vaso grego usado como ornamento funerário.
"É a ideia de algo que permanece para além da morte", afirmou o mesmo responsável, sugerindo que numa altura em que tanto se fala de Europa "será bom lembrar que a matriz da nossa identidade vem da Grécia".
Estatuetas, vasos pintados, ânforas, objectos em ouro, incluindo colares, brincos e pulseiras, surgem nesta mostra onde se destaca um centro de diadema em folha de ouro com granadas.
Ao longo dos séculos, as peças mostram o evoluir da civilização. No período clássico (Século V A.C.) a cidade de Atenas viveu um período particularmente importante a nível económico e cultural e as peças de escultura e joalharia representadas na mostra da Gulbenkina ilustram-no.
No período que corresponde ao cristianismo surgem objectos relacionados com a religião, como cruzes, ícones, salvas de prata, taças, cofres e caixas para hóstias e bordados com motivos eclesiásticos.
A partir da segunda metade do século XVIII, a arte reflecte uma mistura de influências (desde o bizantino ao barroco) com jóias muito trabalhadas, geralmente em prata.
A independência da Grécia como Estado moderno, na primeira metade do século XIX, surge ilustrada por pinturas, numa das quais aparece lorde Byron num traje grego (1830) como um dos paladinos dessa causa.
A exposição está patente ao público a partir de sexta-feira e até 6 de Janeiro na sala de exposições temporárias do Museu Gulbenkian que, como contrapartida, cederá ao museu grego peças da sua colecção para uma mostra de Arte Islâmica em 2009.