Três tropicalistas e dois "mutantes" num longo cardápio de concertos <i>made in Brasil</i>

Três "tropicalistas" e o grupo Os Mutantes, todos eles do movimento brasileiro Tropicália, actuam este ano em Portugal, numa coincidência feliz que permitirá ver alguns dos mais relevantes artistas da música popular moderna brasileira.

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Gilberto Gil actua a 06 de Julho em Aveiro DR

Gilberto Gil, Gal Costa e Caetano Veloso, fundadores do irreverente e arrojado movimento Tropicália, que agitou o panorama musical do Brasil há precisamente 40 anos, apresentam-se todos em concertos em nome próprio em palcos portugueses.

Gal Costa é a primeira a entrar em cena na quarta-feira no Coliseu de Lisboa, com o espectáculo intimista "Voz e Violão".

Acompanhada à viola por Luís Meira, a cantora brasileira dará sete concertos em Lisboa, Figueira da Foz, Braga, Porto, Praia da Rocha, Vilamoura e Praia da Vitória, Açores.

Gilberto Gil, músico e ministro da Cultura do Brasil, actua a 06 de Julho em Aveiro, num espectáculo com a fadista Mariza, a Orquestra Filarmonia das Beiras e o músico e produtor Jacques Morelenbaum.

O cantor, que compôs com Caetano Veloso o tema "Panis e Circensis", um dos hinos da Tropicália, regressará a 02 de Agosto para integrar o cartaz do festival Sudoeste, na Zambujeira do Mar.

Caetano Veloso também está de volta ao público português, desta vez para apresentar ao vivo o álbum "Cê", em quatro concertos aprazados para Outubro nos Coliseus de Lisboa e do Porto.

Os Mutantes, um dos históricos grupos rock brasileiros, que também integrou o Tropicalismo, actuam pela primeira vez em Portugal a 20 de Julho, no primeiro Festival Delta Tejo, em Lisboa.

A banda, à qual hoje pertencem apenas Sérgio Dias e Arnaldo Baptista, foi uma das principais formações de rock experimentalista e psicadélico dos anos 60.

Em Lisboa, no lugar de Rita Lee, estará Zélia Duncan para interpretar êxitos como "Ando Meio Desligado", "A minha menina", "É proibido proibir".

Tropicália ou Tropicalismo, este foi um movimento musical de ruptura no Brasil, numa época de manifestações estudantis, greves gerais e de luta contra o poder político da época.

Além daqueles três músicos e dos Mutantes, o movimento incluiu ainda Tom Zé, Nara Leão e o maestro Rogério Duprat.

O LP "Tropicália ou Panis et Circensis", de 1968, é o álbum mais representativo do movimento, ao qual se juntam os discos que cada um dos músicos editou individualmente na época.

Do cardápio de concertos de música brasileira em Portugal durante os próximos meses destaca-se ainda o regresso de Maria Bethânia em Julho a Lisboa, Porto e Figueira da Foz, com o espectáculo "Dentro do mar tem rio".

Nos anos 1970, Maria Bethânia integrou os Doce Bárbaros, um super-grupo ao lado do irmão Caetano, de Gal Costa e de Gilberto Gil.

Fernanda Abreu apresenta-se no dia 07 de Junho no Teatro Tivoli, em Lisboa, e Ney Matogrosso revela o espectáculo "Canto em qualquer canto" também este mês em Lisboa, Porto e Faro.

Ivan Lins actua em formato quinteto a 17 de Julho no CCB, em Lisboa.

Além dos Mutantes, o Festival Delta Tejo contará com as presenças de Bebel Gilberto, Daniel Mercury, Carlinhos Brown, Papas na Língua, Olodum, Marcos Sacramento e DJ Marcelinho.

Vanessa da Mata, que edita este mês o álbum "sim", com a participação de Ben Harper, passará pelo Sudoeste a 04 de Agosto.

Os Bonde do Rolé, uma das bandas sensação do Brasil, na senda das Cansei de Ser Sexy, também estão agendados para este festival alentejano.

Com tantas propostas, se um espectador português quiser assistir a todos estes concertos terá de desembolsar no total, mais de 400 euros.
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