Trilogia "O Tempo e o Vento" editada em sete volumes

A trilogia "O Tempo e o Vento", do escritor brasileiro Erico Veríssimo, vai ser publicada em sete volumes, até ao final do ano, pela editora Ambar, mais de 30 anos volvidos sobre a primeira edição da obra em Portugal, pela Livros do Brasil.

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Do primeiro título da trilogia - "O continente" - saíram já os dois primeiros volumes, do segundo - "O Retrato" -, também em dois volumes, sairá, em breve, o primeiro e em Julho o seguinte, e o título final - "O arquipélago" - será publicado três volumes (em Setembro, Outubro e Novembro).

Na introdução a esta nova edição da obra magna de Erico Veríssimo, a ensaísta Maria Lúcia Lepecki descreve o romance como "um quadro da História do Rio Grande do Sul e, ricochete possível, da História do Brasil durante dois séculos" (1745-1945).

Esta é, qualifica Lepecki, uma "escrita de extraordinária beleza, sem ponta de paralelo na restante obra de Veríssimo e com muitíssimo poucas parecenças nas literaturas portuguesa e brasileira".

"Tudo vibra com uma vitalidade de espantar - prossegue - e este traço, dominante em todo o romance, nasce de uma estratégia discursiva que, tanto tendo de simples quanto de bem gizada e melhor conseguida, segura-se, ao que parece, em poucos e discretos movimentos".

Os dois volumes de "O continente" cobrem o período de 1745 a 1895 e os cinco restantes - de "O Retrato" (dois) e "O Arquiélago" (três) - o de 1895 a 1945.

Veríssimo começou a escrever o romance em 1947 e deu-o por concluído em 1962.

Já era então um autor consagrado e com projecção internacional, conseguida, nomeadamente, a partir da publicação, em 1938, do romance "Olhai os lírios do campo", a que se seguiram "Gato preto em campo de neve" (1941), um livro de viagens, "O senhor embaixador" (1965), "O prisioneiro" (1967), sobre a intervenção norte-americana no Vietname, "Incidente em Antares" (1971), libelo contra o regime militar brasileiro, e "Solo de clarineta" (1973), livro de memórias.

Morreu em 1975 em Porto Alegre, aos 70 anos.

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