Em declarações à Lusa, Claudio Hochman disse que a peça "não pretende, de forma alguma, ensinar a Teoria da Relatividade", mas antes "brincar e reflectir sobre o tempo" numa altura em que se comemoram os 100 anos da publicação da Teoria da Relatividade Restrita que em 1921 valeu a Einstein o Nobel da Física.

A peça "Os sonhos de Einstein", com versão portuguesa de César Viana e direcção musical de Francisco Cardoso, é baseada no romance "Einstein Dreams" de Alan Lightman, tem letras de Joshua Rosenblum e argumento de Joanne Sydney Lessner, os mesmos criadores de "O último tango de Fermat", que o Teatro da Trindade estreou em Novembro de 2003, no Porto.

Segundo o encenador da peça, "Os sonhos de Einstein" dão seguimento ao "tratamento privilegiado" que o Teatro da Trindade tem dado à ligação entre Teatro e Ciência.

Elaborada em torno dos sonhos de Einstein, a peça apresenta- nos inicialmente o físico como um homem infeliz, agarrado a um emprego aquém das suas potencialidades intelectuais.

A partir dos sonhos e de uma personagem feminina que se desloca do futuro - Josette - Einstein vai ser a única pessoa a poder ajudar a sua "amada", auxiliando-a também a desvendar os mistérios do tempo e do espaço.

Cada sonho surge assim ao físico como uma forma diferente de apresentação do tempo, do modo como este funciona e como poderia funcionar, ao mesmo tempo que a personagem central se vai aproximando de Josette, que personifica o tempo.

Sobre a construção do espectáculo, Claudio Hochman disse que "vive à custa do trabalho de actores e não de efeitos", embora seja um musical essencialmente baseado em visões oníricas".

Em cena de quarta-feira a sábado às 21:30 e aos domingos às 16:00 até 29 de Janeiro, a receita do espectáculo reverterá a favor do "Movimento Vencer e Viver" da Liga Portuguesa Contra o Cancro.

A Sociedade Portuguesa de Física, o Ano Mundial da Física, o Programa Operacional Ciência e Inovação 2010 e o a União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, apoiam esta produção do Trindade.