Trinta anos depois fadista Chico Madureira volta a gravar

O fadista Chico Madureira, há trinta anos sem gravar, volta às lides discográficas com "Regresso", um álbum que é apresentado quarta-feira no Casino Estoril.

Agência LUSA /

"Neste álbum, além de ter gravado alguns temas inéditos, nomeadamente de Carlos Escobar, procurei fazer uma homenagem a três nomes importantes do fado, Manuel de Almeida, Max e Artur Ribeiro", disse o fadista à Lusa.

Dos autores Max e Artur Ribeiro, Chico Madureira canta "Já me deixou" e do repertório de Manuel de Almeida, escolheu "Rouxinol do Choupal" (Fernando Teles/fado Vitória de Joaquim Campos).

Além de Carlos Escobar, Hélder Moutinho, Manuel da Silva Ferreira e Manuel Rui são outros dos autores contemporâneos que o fadista gravou.

Chico Madureira começou a cantar "acidentalmente", como disse à Lusa, em várias casas da linha do Estoril nos inícios da década de 1970.

Entre 1973 e 1976 gravou seis discos, entre EP e Singles, depois parou, tendo contudo "cantado aqui e ali".

Durante esse período, envolveu-se no projecto Opus Fado de Martinho d`Assunção, que além deste violista e de Madureira, incluía Arménio de Melo (guitarra portuguesa), Vital d`Assunção (viola).

"Na década de 1980 realizámos várias digressões, nomeadamente ao Norte da Europa, mas nunca gravámos um disco", disse.

A apresentação do CD, com a chancela da Ocarina, no Casino Estoril, é, por outro lado uma homenagem ao fadista Carlos Zel de quem Chico Madureira era amigo.

"De certa forma foram as quartas-feiras de fado que o Carlos de Zel apresentava no Casino que me levaram, também, a voltar aos fados, e tenho participado em quase todas as galas de fado que ali se realizaram", explicou.

Outro factor para realização deste CD foi também "a pressão dos amigos" .

Entre os amigos, o poeta e produtor musical Hélder Moutinho considera Chico Madureira "um mestre e uma referência para os mais novos". Neste álbum, Chico Madureira é acompanhado à guitarra portuguesa por Arménio de Melo, à viola por José Elmiro e á viola-baixo por Marino de Freitas.

Entre os vários fados refira-se "Saudades do futuro" (José Correia Tavares/Fado Zeca de Amadeu Ramin), uma criação de José Freire, "Saudades que fazem companhia" (Hélder Moutinho/Fado Margaridas de Miguel Ramos), "Se eu morresse de saudade" (Carlos Escobar/Fado Mocita dos Caracóis de Alfredo Marceneiro), ou de Manuel da Silva Tavares com música de Chico Madureira, "Amor que amor inventa".

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