"Este reconhecimento da Unesco aos Diabos Dançantes de Corpus Christi da Venezuela projeta com intensidade o povo venezuelano no resto do mundo, desde uma das suas práticas culturais de maior afinco e transcendência, e leva uma mensagem de amor, paz e solidariedade para todos os povos", explica um comunicado da Presidência da República.

O documento, distribuído hoje em Caracas começa por explicar que Hugo Chávez "se regozija profundamente com a inscrição dos Diabos Dançantes na lista do Património Cultural Imaterial da Humanidade".

Os Diabos Dançantes são uma colorida e muito animada festa religiosa, de raízes espanholas, indígenas e africanas que se realiza em várias comunidades venezuelanas e simboliza o triunfo do bem sobre o mal.

Atraem milhares de cidadãos ou "promeseros" pessoa que paga "promessas" ao Corpo de Cristo, dançando vestida de diabo, com roupagens de cores intensas e contrastantes, predominando o vermelho e com máscaras.

Segundo o comunicado 11 confrarias "desde há 400 anos rendem-se perante o Santíssimo Sacramento, na nona quinta-feira depois da quinta-feira santa, integrados na celebração católica do Corpus Christi", cada uma delas com vestimentas e instrumentos diferentes, uma tradição que é transmitida de pais para filhos.

"Cada uma destas diabruras que hoje se consideram Património Cultural Imaterial da Humanidade, constituem uma expressão profunda da `venezuelanidade` e nos fazem sentir orgulhosos da nossa condição de povo multi-étnico e pluricultural, perseverante e irmanado na tarefa de fortalecer o nosso destino de pátria independente e soberana", acrescenta a Presidência da República.

Para celebrar a decisão da Unesco estão a ser agendados várias celebrações em todo o país.

A primeira delas terá lugar este sábado, quando mais de 300 membros de confrarias de Diabos Dançantes se juntarem no Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía para participar numa missa e receber uma delegação de "diabos" que viajou a Paris para ouvir o veredito da Unesco e mostrar a sua arte.