A Universidade de Coimbra (UC) inaugurou hoje o novo centro de processamento de dados, um `data center` que alberga o supercomputador da instituição, que tem uma capacidade de processamento equivalente a dois mil computadores pessoais.
O Navigator, o supercomputador do Laboratório de Computação Avançada da UC, já estava na universidade há cerca de quatro anos, mas só agora, com o novo `data center`, poderá ser usado na sua plenitude, explicou aos jornalistas o coordenador do laboratório, Pedro Vieira Alberto, durante a inauguração do espaço.
As obras para o centro de processamento de dados duraram quase cinco anos e consistiram em modernizar o espaço, aumentar a sua potência e área, bem como as condições de segurança, climatização e capacidade de armazenamento, num investimento de 2,2 milhões de euros, com o apoio de fundos europeus e da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
Com 164 servidores e 3.936 núcleos de processamento, o Navigator é "o maior instalado" no país, sublinhou Pedro Vieira Alberto, referindo que este sistema está agora a necessitar de uma atualização visto que as exigências e a complexidade dos dados a processar vão sempre aumentando.
No entanto, vinca, o supercomputador "é 40 vezes mais rápido do que o anterior sistema", sendo que tem e terá várias aplicações, seja na área da química, biologia, diferentes ramos da física (das altas energias à astrofísica) ou da medicina.
"Um genoma humano são centenas de gigabytes. É preciso uma grande capacidade de processamento", notou o coordenador do laboratório, considerando que se abre uma perspetiva de colaboração com hospitais, nomeadamente nesta área.
Outra das possibilidades - já em uso - é a utilização do supercomputador para a simulação de incêndios, numa parceria com a Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI), coordenada por Xavier Viegas.
Durante a sessão de inauguração, o reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, salientou que aquele espaço foi alvo de "sucessivos remendos", sendo que o que havia antes destas últimas obras "era um verdadeiro ninho de ratos", incapaz "de responder às necessidades" da universidade.
Formado em Engenharia Eletrotécnica, o reitor recordou que o computador que usava em 1975, enquanto estudante, demorava "alguns dias" para se calcular uma raiz quadrada.
"Hoje, um telemóvel rasca tem mais poder de cálculo do que esse computador", disse.