O ambiente narrativo da trilogia, que inclui ainda "O mestre da música", publicado o ano passado, é o período correspondente às invasões napoleónicas, o que levou à partida da Família Real e da Corte para o Rio de Janeiro.

À trilogia, que decorre em Portugal de 1807 a 1814, deu o autor o título genérico de "O Vermelho e as sombras", numa referência direta ao autor oitocentista francês Henri-Marie Beyle Stendhal.

"O `vermelho` é uma metáfora dos tempos de guerra, de carnificina e violência, enquanto as `sombras` surgem como sugestão de movimentos de determinadas personagens, da aristocracia, das artes, do clero e também do povo, que se encolvem em estranhas situações", explicou o autor à Lusa.

Referindo-se a "Os Desmandos de Violante", Graça Moura salientou que o subtítulo - "uma novela amoral" - "não relata casos edificantes, apenas comportamentos, para os quais as personagens não recebem nem castigos exemplares nem se apresentam soluções éticas", afirmou.

A trilogia apresenta uma história encadeada de paixões - "amores e desamores" - ambições, crueldades de tempos bélicos e para a qual o autor encontrou um desfecho que qualificou de "inesperado".

Prémio Pessoa 1995, Vasco Graça Moura, 69 anos, é um dos escritores portugueses vivos mais premiado, tendo sido distinguido ainda, entre outros, com os Grandes Prémios de Romance e Novela em 2004, e de poesia em 1998. Em 2004 recebeu a coroa de ouro do Festival Internacional de Struga, em Itália, em 2007, o Prémio Max Javoc Étranger e, há dois anos, recebeu o Premio Nazionale di truduzione, de Itália.