Verbas de livro "A Menina que Lambeu o Gato" revertem para investigação em cancro infantil
"A Menina que Lambeu o Gato", um livro ilustrado "para todas as idades", cujas vendas revertem na totalidade para a investigação em oncologia pediatria, é apresentado domingo na Galeria da Biodiversidade -- Centro Ciência Viva, no Porto.
"É uma historia de amor e fantasia dos 8 aos 80. É uma história com muitas leituras possíveis. Um adulto pode perceber a mensagem de uma maneira e se calhar uma criança de outra", descreve a autora, Adriana Miranda Ribeiro.
Produtora de conteúdos no Grupo Impresa, Adriana assina os textos de um livro ilustrado por Célia Torres, técnica de farmácia, com design de Alexandra Xavier.
Os lucros revertem na totalidade para a Fundação Rui Osório de Castro que se dedica à investigação na área do cancro infantil.
Em declarações à Lusa, a autora -- que viveu a realidade do cancro pediátrico na pele quando à filha Laura (na altura com 3 anos) foi diagnosticada em 2019 uma leucemia -- explica o porquê de ter escolhido este destino para as receitas de um livro que foi trabalhado durante cinco anos.
"Tudo, todas as vertentes têm importância, exigem investimento e merecem apoio como o acompanhamento psicológico e o alojamento, mas escolhemos esta fundação por acreditarmos que a investigação é fundamental. Tratar uma leucemia dura mais ou menos dois anos e os tratamentos oncológicos são muito agressivos. Se o tratamento evoluísse, haveria mais sucesso e os efeitos secundários seriam menores", refere.
Na apresentação da obra lê-se que é objetivo deste livro "ajudar a mudar estatísticas e a melhor a qualidade de vida dos que passam pelo cancro pediátrico", bem como "sensibilizar a sociedade para o cancro infantil".
"Podemos não conseguir mudar o mundo todo, mas ficamos felizes se pudermos melhorar o que nos rodeia", acrescenta.
Com edição do Cineclube de Guimarães e resultado de uma nova roupagem dada a textos que Adriana Miranda Ribeiro foi escrevendo enquanto a filha estava internada, "A Menina que Lambeu o Gato" é descrito como "um relato de esperança, através da história de uma mãe que passa a ver o mundo a preto e branco" e a filha para "a curar inicia uma jornada onde amor, memória e coragem são as cores essenciais".
Em Portugal, quatro em cada 10 mil crianças são diagnosticadas com cancro todos os anos.
Em 2022, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e a Comissão Europeia, surgiram 245 novos casos até aos 15 anos, a taxa mais elevada entre os países avaliados.
A apresentação está marcada para as 16:00 na Galeria da Biodiversidade -- Centro de Ciência Viva, no Porto.
A sessão contará com intervenções de Cristiana Vieira, curadora do Herbário do MHNC-UP, Mariana Mena, diretora-geral da Fundação Rui Osório Castro, e Jorge Lima, vice-diretor e investigador do IPATIMUP - i3S.