Vhils criou espetáculo de palco que é apresentado esta semana em Lisboa

O artista Alexandre Farto, que assina como Vhils, apresenta esta semana em Lisboa "Periférico", espetáculo fora da sua zona de conforto que desenvolveu em conjunto com o `rapper` Chullage, DJ Ride e a bailarina Piny.

Lusa /

Vhils, à semelhança de outros artistas, foi desafiado pela BoCA - Bienal de Arte Contemporânea para criar uma peça "fora da zona do conforto". Alexandre Farto começou no `graffiti`, na adolescência, mas foi com os rostos que tem esculpido em paredes de todo o mundo que captou a atenção do público.

A proposta da BoCA a Vhils foi "fazer uma peça de palco" e para criar a "Periférico", "com um lado performativo muito forte" que junta dança contemporânea, imagem, vídeo e som (`spoken word`), o artista juntou uma equipa de pessoas com quem já tinha trabalhado ou que conhecia de outros meios, do hip-hop e do seu percurso pessoal, contou em declarações à Lusa.

"Convidei a Piny (Anaísa Lopes), que fez a coreografia, alguém que tinha feito `graffiti` e tem alguma ligação com `breakdance`, o Chullage e o DJ Ride para montarmos uma peça em conjunto", referiu.

O espetáculo, que será apresentado na sexta-feira e no sábado no Centro Cultural de Belém e tem lotação esgotada, "é uma reflexão sobre o passado, o presente e o futuro".

"É uma reflexão sobre o contexto específico da periferia de Lisboa, ou de Portugal enquanto periferia da Europa, uma reflexão sobre tudo aquilo a que nós somos expostos, sobre a influência daquilo que nos rodeia e nos faz ser aquilo que somos", disse o artista.

Entre tudo aquilo a que Vhils, Piny, Chullage e DJ Ride foram expostos estão "memórias nunca vividas", como o 25 de Abril [de 1974], o antes do 25 de Abril, e outras vividas, como as décadas 1980 e 1990.

"[Época] de subculturas urbanas, onde todos nós fomos beber muitas influências, o `boom` da chegada do hip-hop [movimento que junta `graffiti`, rap, DJing e `breakdance`] e desse processo todo a que fomos expostos", afirmou.

Para Vhils, o tempo que preparação da peça "foi super-interessante".

"Aprende-se muito quando se está fora da área de conforto. A bienal propôs-se a isso e para alguém que cria é sempre algo estimulante. Não só para mim, mas também para o DJ Ride, o Chullage e a Piny", disse.

Até 30 de abril, a primeira edição da BoCA - Bienal de Arte Contemporânea apresenta uma programação em Lisboa e no Porto, com 15 espetáculos em estreia mundial num contexto transdisciplinar, das artes visuais e performativas à música.

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