Com 70 expositores em 2011, o evento é considerado o ponto alto da vida associativa do município e, para José Artur Neves, presidente da Câmara de Arouca, representa hoje a mesma irreverência contra a crise que motivou a sua primeira edição, em 1944.

"A Feira das Colheitas surgiu há 67 anos, precisamente no contexto de uma das maiores crises da história, durante a II Guerra Mundial. Nessa altura, a terra soube fazer da contrariedade uma oportunidade e reverter esse cenário, passando da escassez alimentar e da decadência da sua cultura tradicional aos campos verdejantes e frutíferos, e ao ressuscitar dos usos e costumes", explica o autarca.

O presidente da Câmara defende que, no atual contexto de dificuldades, é preciso estar novamente "à altura do desafio e ressuscitar esse espírito empreendedor", e garante, aliás, que é essa postura de resistência que caracteriza o município.

"Está presente na vitalidade da nossa indústria, no nosso comércio e na potencialização do nosso turismo", refere.

O programa da Feira das Colheitas arranca na quinta-feira de manhã com um concurso pecuário da raça arouquesa, a que se segue, às 16:00, a abertura oficial pela ministra Assunção Cristas, com uma visita às zonas do artesanato nacional e internacional, dos produtos regionais, dos produtos do campo e das tasquinhas.

Às 16:30 está previsto um desfile de gado pelas ruas da vila e, à noite, um concerto por José Malhoa.

Na sexta-feira, as propostas em destaque são o almoço-convívio entre os sócios da Cooperativa Agrícola de Arouca, os concursos de broa caseira e vinho verde, um baile à moda antiga com os "Finfas de Nespereira" e os dois concertos da noite - um de música tradicional, pelo grupo "Pé na Terra", e outro com sonoridades brasileiras, pela banda "Reativa".

O evento começa um passeio de BTT no sábado de manhã, a que se segue um concerto pelas bandas musicais de Arouca e Alvarenga ao princípio da tarde e, depois, uma chega de bois organizada pela cooperativa local.

À noite, o programa cultural da Feira das Colheitas intensifica-se: arranca com a atuação das bancas de Arouca e Figueiredo, continua com uma desfolhada com arraial de concertinas e baile à moda antiga, prossegue com o concerto de Luís Represas no parque de estacionamento do Estádio Municipal (cuja entrada custa três euros) e termina com um espetáculo piromusical junto aos Paços do Concelho.

O certame despede-se no domingo com uma missa especial na igreja do Mosteiro de Arouca, mas à tarde há ainda um desfile etnográfico, um cortejo de açafates, a atuação de 10 ranchos folclóricos e uma sessão de fogo de artifício, Às 00:00.