Abastecimento de gás natural a Portugal não é afectado por corte russo
Portugal não será afectado pelo corte do fornecimento de gás da Rússia à Ucrânia, já que a totalidade do abastecimento de gás natural é assegurada pela Nigéria e Argélia, garantiu a Galp Energia.
A Trangás, responsável pelo transporte e aprovisionamento de gás natural, tem contratados 5,7 mil milhões de metros cúbicos de gás natural por ano, dos quais 60 por cento à Nigéria e 40 por cento à Argélia, acrescentou a mesma fonte.
O mercado "spot" (à vista) não ultrapassa os 5 por cento do total do gás natural contratado anualmente pela Galp Energia e o gás provém quase sempre dos países do Norte de África, acrescentou.
Hungria, Croácia e Roménia são para já os países que estão a registar quebras no abastecimento de gás devido ao corte de abastecimento feito pela Rússia à Ucrânia.
A Hungria afirmou que a pressão do gás natural proveniente da Ucrânia baixou hoje de 25 para 40 por cento.
Na Roménia, o volume de gás fornecido baixou 25 por cento, mas o Governo considera que as reservas são suficientes e o corte do abastecimento não deverá para já afectar os consumidores.
Na Croácia, o volume de gás proveniente da Ucrânia baixou 18 por cento, mas o país assegura com recursos próprios cerca de 60 por cento das suas necessidades.
A França já a anunciou que o braço-de-ferro que opõe os dois países poderá afectar apenas 4 por cento do seu consumo de gás, uma vez que tem a possibilidade de comprar à Noruega e à Argélia.
A petrolífera estatal russa Gazprom anunciou domingo de manhã o corte do fornecimento de gás à Ucrânia, depois de o Governo ucraniano ter recusado a última proposta russa, que previa a manutenção dos preços actuais apenas durante os primeiros três meses de 2006.
O diferendo entre os dois países surgiu depois da Gazprom anunciar a intenção de mais do que quadruplicar o preço do combustível fornecido à Ucrânia, passando dos actuais 50 dólares para 230 dólares por cada 1.000 metros cúbicos.
A Rússia lidera o mercado mundial do gás natural, sendo responsável por mais de 20 por cento da produção total - cerca de 600 mil milhões de metros cúbicos por ano, 80 por cento dos quais extraídos pela Gazprom.