Abertura em Portugal beneficia comunidade angolana e facilita trocas comerciais - economistas

Luanda, 07 Mai (Lusa) - Benefícios financeiros à comunidade angolana em Portugal e a facilitação das trocas comerciais entre Portugal e Angola são as vantagens que vários economistas angolanos destacaram hoje na abertura do Banco BIC português, que inicia actividade na quinta-feira.

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Justino Pinto de Andrade, da Universidade Católica de Angola, considerou em declarações à Agência Lusa que os angolanos em Portugal poderão depositar as suas poupanças num banco com capitais angolanos, aventando até a hipótese de obterem empréstimos.

"Não será a primeira vez que se abre um banco angolano em Portugal, o Banco Africano de Investimentos (BAI) também abriu logo de início...mas não teve êxito. Todavia o BIC vai actuar num contexto mais favorável", disse Justino Pinto de Andrade.

Para este economista, o BIC entra em Portugal numa altura de grande fluxo comercial entre os dois países, daí a facilidade de afirmação do BIC português.

"A actividade económica é grande, cada vez mais levada a cabo pelo sector privado. Por isso o fluxo entre o BIC Angola e Portugal será mais fácil", considerou .

Justino Pinto de Andrade sublinhou também a importância para a economia de Angola da existência de um banco de capitais angolanos em Portugal, porque facilitará as transacções comerciais entre os dois países.

Em declarações à Lusa, outro economista angolano, José Cerqueira, fez também referência aos benefícios da abertura deste banco em Portugal para a "numerosa comunidade angolana".

"Há uma comunidade angolana numerosa em Portugal, o que significa fluxo de remessas. Também há estudantes bolseiros em Portugal e daí a movimentação monetária, por isso a abertura do BIC neste país é benéfica", disse José Cerqueira.

Segundo este economista, um banco angolano poderá prestar melhores serviços a este público, com serviços especializados, atraindo assim este tipo de clientes.

"Existe também um volume grande de negócios entre os dois países, que significa pagamentos e o BIC poderá facilitar esse trabalho", frisou o economista.

José Cerqueira afirmou que apesar ainda do défice de serviços financeiros em Angola é "um imperativo que os bancos conquistem a sua internacionalização".

O economista referiu também que a abertura do BIC em Portugal será "uma mais valia" nos possíveis investimentos de empresas angolanas no mercado português, através da prestação de serviços de aconselhamento aos interessados.

"O banco poderá prestar conselhos sobre as oportunidades e garantias de investimentos em Portugal, facilitando o dossier a quem pretenda investir em algum negócio. Acho que é essa a mais valia que neste momento os bancos poderão dar aos investidores", salientou José Cerqueira.

NME.

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