A compra da Acciona empurra a construtora para o combate pelo controlo da Endesa, que já envolvia a gasista Gás Natural (Espanha) e o grupo alemão E.ON (Alemanha).

A operação ocorre 24 horas antes da Comissão Europeia se pronunciar sobre as condições impostas pela Comissão Nacional de Energia (CNE) espanhola à Operação Pública de Aquisição (OPA) lançada pela E.ON sobre a Endesa.

Nesse contexto, a Acciona comunicou hoje à Comissão Nacional de Mercado de Valores (CNMV) a compra de 10 por cento, não descartando aumentar a sua participação até um valor que não exija o lançamento de uma OPA (máximo de 25 por cento) e permita a participação na gestão da empresa.

Uma fonte da eléctrica espanhola confirmou que a empresa soube da operação através dos mercados, referindo que esperará até que a sua situação "se clarifique".

A Acciona tinha ordenado ao Banco Santander a compra das acções a um valor de 32 euros por título, cerca de 8,8 por cento acima do valor da Endesa no fecho do mercado em Madrid, 29,40 euros.

A compra reforça a posição da Acciona no sector energético, já que conta com 2.217,2 megawats de capacidade, uma potência idêntica à da HC Energia, anterior Hidrocantábrico, propriedade da EDP.

O grupo de construção detém já uma presença importante no sector das energias renováveis, em especial na área eólica, contando com 2.008 megawatts.

A Acciona apostou fortemente na sector energético do grupo, que representa já metade do beneficio bruto de exploração (EBITDA), cerca de 184 milhões no primeiro semestre, mais 62 por cento que no período homólogo em 2005.

Quanto à facturação, a Acciona Energia gerou no primeiro semestre 365 milhões de euros, um aumento de 66 face ao período homólogo do ano passado e 12,7 por cento do valor de vendas do grupo.