ActivoBank volta aos lucros após seis anos de prejuízo
Lisboa, 10 fev (Lusa) - O ActivoBank, banco do grupo BCP, anunciou hoje um lucro de 5 milhões de euros após seis anos de prejuízos consecutivos, e antecipando em um ano o equilíbrio financeiro programado.
Nelson Machado, presidente executivo do ActivoBank, disse num encontro com os jornalistas que "o grande objetivo do banco era dar um sinal mais na sua conta de resultados", pois, "desde 2008 que o ActivoBank não tinha lucros".
Este resultado líquido positivo compara com o prejuízo de 2,9 milhões de euros em 2013 e 9,7 milhões de euros em 2012. O lucro do ano passado incorpora, no entanto, uma mais valia não recorrente de 4,7 milhões de euros obtida através da troca financeira de dívida pública, mais propriamente Obrigações do Tesouro.
O responsável do banco refere, que apesar de este resultado extraordinário, o ActivoBank teve um lucro líquido de 300 mil euros graças a um produto bancário que cresceu 95%, para mais de 19 milhões de euros, e a margem financeira a atingir os 8,5 milhões de euros, mais 71%.
Relativamente aos recursos do balanço, em 2014 o ActivoBank atingiu os 518 milhões de euros, um aumento de 25%, enquanto o crédito a clientes subiu 7% para 17 milhões de euros.
Nelson Machado anunciou que o número de clientes cresceu 30%, ultrapassando os 73 mil, sendo que o objetivo "é chegar aos 100 mil clientes no final do primeiro trimestre de 2016".
Em relação aos objetivos para este ano, o presidente executivo da instituição financeira adiantou que pretende ter lucros de 2,5 milhões de euros sem contar com mais-valias extraordinárias. "Atualmente, o banco tem uma mais-valia potencial de 9 milhões de euros em dívida pública", anunciou.
Para 2015, o ActivoBank vai apostar, segundo Nelson Machado, em projetos inovadores, como a possibilidade de os clientes falarem com o banco através de Skype, uma nova aplicação `e-mobile` em que será possível fazer tudo o que um banco faz e ainda uma nova plataforma de negociação de bolsa.
Outra aposta, que arrancou já o ano passado, é a facilitação de abertura de conta através da assinatura eletrónica. Uma outra questão tem a ver com um aviso do Banco de Portugal, que obriga as instituições financeiras a fornecer entre elas os dados básicos dos clientes para abertura de contas.
Para Nelson Machado, este aviso do supervisor deverá ser de difícil implementação porque os bancos não colaboram entre si: "É perigoso partir do princípio que somos uns incompetentes para não confiar na informação fornecida e parto do princípio que o Banco de Portugal audita todos os bancos".
Sobre uma possível venda do ActivoBank por parte do BCP, o presidente do banco referiu que, neste momento, "não há nada sobre uma possível venda do activo", acrescentando que "o acionista está satisfeito porque o banco ajuda a manter a racionalização no Millennium, ajuda a pensar a rede de retalho e é um trunfo que pode ser usado para várias coisas".