Administração da Autoeuropa admite avançar com laboração contínua

A administração da Autoeuropa admite, em comunicado remetido esta semana aos trabalhadores, pôr em prática um horário de laboração contínua, tendo em conta as encomendas do novo modelo da Volkswagen para o próximo ano. Os gestores sustentam que a fábrica de Palmela corre “risco” de entrar “em incumprimento com o programa de produção”.

RTP /
A administração da fábrica de Palmela recorda que “desde 2015” que tem “procurado construir um modelo de trabalho que seja o mais conveniente possível para todas as partes envolvidas” José Manuel Ribeiro - Reuters

“É indiscutível a necessidade de ter no início do novo ano um modelo de trabalho que responda às encomendas dos clientes para a primeira metade de 2018, sob risco de entrarmos em incumprimento com o programa de produção. Todos os colegas envolvidos no processo têm também de ser informados atempadamente”, afirma a administração da Autoeuropa na nota aos trabalhadores.
O comunicado foi emitido após a rejeição de dois pré-acordos previamente negociados com a Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa.
“Será tomada uma decisão que cumpra com a lei, mantenha o emprego, assegure o crescimento da fábrica e o programa de produção. Em paralelo, a empresa vai manter abertos os canais de comunicação com as partes envolvidas”, acrescenta-se no mesmo documento, cujo conteúdo é citado pela agência Lusa.

A administração da unidade da construtora alemã Volkswagen em Portugal faz mesmo questão de recordar que “desde 2015, em que a laboração contínua foi considerada no acordo laboral”, tem “procurado construir um modelo de trabalho que seja o mais conveniente possível para todas as partes envolvidas”, incluindo “uma compensação adicional à prevista na lei” e um terceiro turno com um sistema de rotação a pedido dos trabalhadores, bem como “25 por cento de subsídio de turno”.

No comunicado, que chegou aos trabalhadores na terça-feira, é também assinalado que a administração “manteve os postos de trabalho, mesmo com a redução do volume de produção”.

O mais recente pré-acordo estabelecia a laboração contínua em 17 turnos de trabalho com rotação semanal. Foi chumbado em referendo, a 29 de novembro, por 63 por cento dos trabalhadores. Em julho, 74 por cento dos trabalhadores haviam rejeitado um primeiro pré-acordo, tendo sido cumprido um dia de greve a 30 de agosto.

c/ Lusa
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