A conclusão da venda da Aquapor permite à AdP entrar no processo de formação de parcerias entre Estado e autarquias para realizar contratos de concessão, de prestação de serviços ou outras formas para abastecimento aos consumidores, disse hoje à agência Lusa Pedro Serra, presidente da Adp, após o anúncio do negócio.

"Assim, ficamos livres para o desenvolvimento de parcerias" disse Pedro Serra, afirmando que estas podem dar origem a projectos de investimento que o responsável estima que possam atingir os 1.500 milhões de euros nos próximos três a quatro anos, durante a vigência do actual quadro comunitário de apoio.

Em comunicado, a AdP afirmou que, "com a alienação da posição de 100 por cento na Aquapor - Serviços, S.A. (onde se inclui a Luságua), a AdP tem como principal objectivo concentrar a sua actividade na gestão dos sistemas multimunicipais existentes e na criação e implementação de novos sistemas, nomeadamente em sistemas em parceria com autarquias para a organização dos serviços em ´baixa´, e garantir um encaixe financeiro significativo ".

Como a Aquapor actua neste segmento "haveria um conflito de interesses", disse Pedro Serra, afirmando que esta foi a principal razão porque a AdP decidiu vender a Aquapor.

A transmissão de acções da Aquapor foi efectuada na quarta-feira, acrescenta o comunicado da AdP.

O objectivo é aumentar a taxa de cobertura de saneamento às populações, principalmente nas regiões onde esta é mais baixa, frisou o presidente da AdP.

As parcerias entre Estado e autarquias podem entregar a gestão de serviços na área da água a operadores privados, mas ainda é necessário dar o primeiro passo que será a aprovação do diploma para autorizar esta solução, explicou Pedro Serra.

A Assembleia-Geral de Accionistas tinha decidido em Junho de 2007 alienar a Aquapor, a sub-holding do Grupo AdP para a área de negócios de distribuição de água, recolha de efluentes e de prestação de serviços ambientais não concessionados.

O processo foi iniciado em Julho de 2007 com a consulta a três entidades financeiras, tendo sido escolhida a proposta da Caixa BI "por ser aquela que apresentava as condições mais vantajosas", segundo o comunicado da AdP.

A alienação da Aquapor foi autorizada em Dezembro de 2007 por despacho dos ministros do Ambiente e do ministro das Finanças, que estabelecia as condições do processo.

Em Julho de 2008 o processo de compra e venda foi enviado para a Autoridade da Concorrência, que disse em meados de Setembro não se opor à operação.

A Aquapor participa no capital social de 11 empresas gestoras de sistemas municipais de abastecimento de água, em parceria com empresas privadas do sector privado, e de uma empresa de prestação de serviços ambientais, a Luságua.

EA.

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