Alcatel-Lucent Portugal quer crescer a dois dígitos este ano
A Alcatel-Lucent Portugal quer crescer a dois dígitos este ano, face ao ano passado, revelou à agência Lusa o presidente e administrador-delegado da empresa, António Beato Teixeira.
O volume de negócios daquela empresa de tecnologias cresceu 20 por cento no primeiro trimestre deste ano, em base comparável.
Em entrevista à agência Lusa, Beato Teixeira disse que o comportamento "bastante positivo" do primeiro trimestre resulta de novos projectos ganhos em Portugal naquele período, potenciados pelo aumento da carteira de produtos e serviços disponibilizados após a fusão entre a Alcatel e a Lucent, e da concretização de encomendas em carteira que transitaram de 2006.
Quanto às perspectivas para 2007, o responsável máximo da empresa em Portugal assinalou que as vendas para o estrangeiro, que representam entre 20 e 30 por cento da facturação da Alcatel-Lucent Portugal, devem estabilizar este ano, enquanto as vendas para o mercado interno devem crescer significativamente.
Em relação às vendas para o exterior, Beato Teixeira salientou que o forte crescimento previsto para o negócio em Angola irá principalmente para a sucursal angolana que, embora seja uma filial da empresa portuguesa, reporta directamente a África e não consolida com a Alcatel-Lucent Portugal.
A Alcatel-Lucent Portugal factura para os países africanos de língua portuguesa (PALOP), sobretudo Angola e Moçambique, mas "tem também um conjunto de competências de desenvolvimento que lhe permitem fornecer serviços para todos os continentes" sublinhou.
Beato Teixeira indicou que o negócio internacional da Alcatel-Lucent Portugal poderá aumentar este ano no domínio da gestão da qualidade de serviço da IPTV (televisão sobre Internet), uma área em que a empresa tem competências próprias no pais.
António Beato Teixeira indicou que todos os operadores de telecomunicações em Portugal, com excepção da AR Telecom, são clientes da Alcatel-Lucent.
O presidente da Alcatel-Lucent Portugal salientou que dos 2,5 milhões de acessos de banda larga existentes em Portugal, cerca de 60% incorporam tecnologia Alcatel-Lucent, observando que "o principal posicionamento da empresa em Portugal é no fornecimento de tecnologias de banda larga" ADSL (de rede fixa) e HSDPA (redes móveis).
António Beato Teixeira recordou que a fusão entre a Alcatel e a Lucent foi a maior fusão da indústria de fornecedores de telecomunicações a nível mundial, a que se juntou a aquisição dos activos da Nortel Networks na área do UMTS (terceira geração móvel).
O presidente da Alcatel-Lucent Portugal sublinhou que a multinacional tem a nível mundial, mas também em Portugal, "a carteira de produtos e serviços mais alargada tanto nas telecomunicações fixas como móveis", mas também na área das comunicações empresariais e dos serviços de telecomunicações.
Indicou que a Alcatel-Lucent emprega 80 mil pessoas a nível mundial, facturou 18,3 mil milhões de euros em 2006 e investiu 2,7 mil milhões de euros em investigação e desenvolvimento, o equivalente a 14 por cento das suas vendas.
A Alcatel-Lucent detém cerca de 28 mil patentes e com a Lucent vieram para a companhia os laboratórios de investigação Bell, nos Estados Unidos, "que foram responsáveis por seis prémios Nobel" e inventaram o transístor, a fibra óptica e o laser, observou Beato Teixeira.
A empresa está presente há 75 anos em Portugal, onde tem feito um investimento contínuo, emprega actualmente no país 230 pessoas directamente e gera 110 postos de trabalho indirectos, assinalou.