Alstom interessada no Metro do Mondego, Metro de Lisboa e TGV
Berlim, 23 Set (Lusa) - O Metro do Mondego, a sinalização do Metro de Lisboa e a alta velocidade ferroviária são oportunidades de negócio em Portugal para a Alstom, afirmou hoje o presidente da multinacional francesa responsável pelo sector dos transportes, Philippe Mellier.
"Há oportunidades. Já ganhámos concursos e vamos tentar entrar novamente no mercado", afirmou Philippe Mellier, avançando os projectos do Metro do Mondego, a sinalização e automatização do Metro de Lisboa e a alta velocidade ferroviária como oportunidades de negócio para a Alstom em Portugal.
O presidente da Alstom Transport falava à margem da feira de transporte e tecnologia ferroviária Inno Trans, que começou hoje, em Berlim, e que reúne, até sexta-feira, 1.912 expositores de 41 países e onde o fabricante francês está presente com um "stand" com 670 metros quadrados.
Referindo-se ao projecto português de alta velocidade, Philippe Melier voltou a sublinhar o interesse da Astom, reafirmando que o fabricante francês de infra-estruturas está interessado nos concursos para a sinalização e material circulante (comboios) e excluindo o concurso para a construção da infra-estutura.
Recorde-se que o modelo de negócio para o projecto português assenta em seis parcerias público-privadas: cinco para a construção dos troços - a primeira das quais, referente ao troço Poceirão-Caia, foi lançada em Junho - e uma para a sinalização que, de acordo com o calendário apresentado pelo Governo será lançada no segundo semestre de 2009.
"A infra-estrutura não é o negócio da Alstom. O nosso negócio é o material circulante e quando sair o concurso vamos avançar", afirmou o presidente da Alstom Transport, sublinhando que o grupo francês está "a seguir de perto o projecto" português.
"Estamos nesse negócio. Quando a altura chegar, vamos avançar", acrescentou Mellier, salientando que a construção de toda a infra-estrutura vai ser um processo moroso.
Para a alta velocidade portuguesa, a Alstom deverá apresentar o AGV, um comboio concebido para circular a 360 quilómetros por hora e que tem capacidade para transportar entre 280 e 460 passageiros.
Outro projecto português que também está a despertar o interesse da Alstom é o Metro do Mondego, cujo prazo para a apresentação de propostas para o material circulante termina a 30 de Outubro e ao qual a empresa francesa deverá concorrer com o modelo Citadis.
"Para o material circulante para o Metro do Mondego queria fazer uma boa proposta", disse o presidente da Alstom Transport, salientado que, apesar de ainda ser "cedo" para falar deste projecto, a Alstom "vai tentar ganhar".
"Vamos tentar ganhar. É uma boa oportunidade e queria entrar outra vez no mercado português para preparar o caminho para a alta velocidade", acrescentou.
O caderno de encargos para o Metro do Mondego engloba entre 20 a 22 composições de tram-train (metro ligeiro de superfície), com opção de compra de mais 16 a 20 composições.
Na lista de oportunidades que a Alstom vê em Portugal está também a modernização da sinalização da rede do Metro de Lisboa e a automatização das carruagens, um projecto que a empresa portuguesa está a estudar.
Fora desta lista está o concurso para a aquisição dos novos 25 comboios para a Linha de Cascais.
"São poucos comboios, logo tornam-se mais caros. Sabemos fazer, mas a preços competitivos será difícil", justificou Philippe Mellier, acrescentando que o concurso envolve também alguma complexidade técnica.
A renovação integral de 57 comboios eléctricos do serviço regional da CP, o fornecimento de 18 comboios eléctricos de dois pisos para a Fertagus, que asseguram a travessia da Ponte 25 de Abril, e de dez comboios Alfa Pendular para a Linha do Norte, são algumas das intervenções da Alstom em Portugal.
Em Portugal, a Alstom está presente em Lisboa, Setúbal e na Maia, empregando cerca de 350 pessoas e desenvolvendo actividades de engenharia e produção
No ano fiscal 2007-2008 (entre 1 de Abril de 2007 e 31 de Março de 2008), o grupo Alstom que, além do sector dos Transportes, também desenvolve actividades na área da Energia, obteve um resultado líquido de 852 milhões de euros.