Altice estuda vender filial da Repúblcia Dominicana e da Suíça

por Lusa

Paris, 24 nov (Lusa) - O grupo Altice controlado pelo empresário franco-israelita Patrick Drahi, pressionado pelos investidores depois do afundamento em bolsa nas últimas semanas, estuda alienar vários ativos, designadamente a filial dominicana e a suíça Green.

Uma fonte próxima da operação da República Dominicana citada hoje pelo jornal francês "Les Echos" indicou que "a reflexão está em andamento" mas que "o processo ainda não".

Entre os possíveis interessados por aquele negócio, que poderia valer entre cerca de 2.000 e 2.500 milhões de euros, estão a Millicom e a Lilac (da Liberty Global), adianta o jornal económico francês, acrescentando que a Altice estuda alienar as suas atividades B to B na Suíça, em referência à marca Green.

A Altice tinha comprado em 2013 a filial que tinha a Orange na República Dominicana (com 3,4 milhões de clientes) por 1.100 milhões de euros e a Tricom (800.000 clientes) por 300 milhões de euros adicionais.

A fusão das duas empresas, que se concretizou há umas semanas, originou o "número dois" da República Dominicana, atrás da Claro (do magnata mexicano Carlos Slim), com mais de cinco milhões de clientes.

Para a Altice, a filial dominicana representa entre 3% e 4% da sua faturação, mas é a filial mais rentável, com uma margem de Ebitda ajustado superior a 51% quando a maior filial, a francesa SFR, tem 34%.

A empresa de Patrick Drahi perdeu em bolsa quase 50% do seu valor em cerca de vinte dias (agora vale cerca de 11.000 milhões de euros) depois de apresentar resultados que foram considerados dececionantes pelo mercado.

A agência de `rating` S&P indicou na sexta-feira que poderia baixar a notação da empresa em 2008 se não houvesse reação, tendo em conta especialmente a dívida da Altice de cerca de 51.000 milhões de euros.

A Altice opera em dez territórios, desde Nova Iorque a Paris (SFR, BFM TV, Libération), Telavive (HOT), Lisboa (MEO), Santo Domingo (Altice Hispaniola), Genebra, Amesterdão e Dallas, e nos últimos anos multiplicou as suas aquisições.

Nos Estados Unidos adquiriu os operadores de cabo Suddenlink e Cablevision, segundo o diário suíço Le Temps.

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