ANOPCERCO contesta proposta de Bruxelas para redução da pesca do biqueirão em 2018
Lisboa, 07 nov (Lusa) -- A Associação Nacional das Organizações dos Produtores da Pesca do Cerco (ANOPCERCO) contestou hoje a proposta da Comissão Europeia para a redução da pesca de biqueirão em 2018.
"Desde 1986, ano em que Portugal integrou a então Comunidade Económica Europeia, apenas em 2015, 2016 e 2017 é que Portugal atingiu as capturas correspondentes à quota anual que lhe estava atribuída", aponta a associação.
Para a ANOPCERCO este cenário reflete a abundância do recurso na costa portuguesa.
"Sendo do nosso conhecimento que a proposta da Comissão Europeia se baseou nas informações e relatórios científicos transmitidos pelo IPMA, somos forçados a questionar a forma como essa avaliação foi efetuada e como foi possível ignorar as evidências que, diariamente, a frota de cerco transmitiu a esse organismo científico", acrescentou a associação.
A Comissão Europeia propôs hoje os totais admissíveis de capturas para 78 unidades populacionais (`stocks`) comerciais de peixe em 2018, com cortes nas oportunidades de pesca em 25 delas, incluindo em águas nacionais, e a proibição de pesca de enguia.
A maior proposta de redução para 2018 respeita à possibilidade de pesca de biqueirão, que Bruxelas quer ver reduzida em 43%, para as 7.115 toneladas, seguindo-se a de pescada, com um corte proposto de 30% (para as 7.366 toneladas).
No total, são propostas reduções em 25 unidades populacionais e aumentos ou manutenção em 53, para além de ser introduzida uma proposta de proibição da pesca de enguia em todas as águas da União Europeia.
As propostas de Bruxelas serão discutidas pelos ministros das Pescas dos 28 numa reunião marcada para 11 e 12 de dezembro.